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Com Semenzato como investidor, Embelleze quer virar 'edtech'

Plano de expansão da marca de produtos de beleza e de cursos profissionalizantes incluem espaços físicos integrados e educação digital

Unidade do Instituto Embelleze: foco no digital para formar os novos profissionais de beleza (Divulgação/Divulgação)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 29 de setembro de 2021 às 06h00.

Última atualização em 30 de setembro de 2021 às 12h16.

Unidade do Instituto Embelleze: foco no digital para formar os novos profissionais de beleza (Divulgação/Divulgação)

Os planos do Instituto Embelleze, uma das principais marcas de produtos de beleza e rede de franquias de escolas de cabeleireiros do país, para as próximas décadas têm um quê de 'edtech' — jargão para as empresas de educação com algum aspecto de tecnologia responsável pela expansão em velocidade acelerada do negócio. Isso porque a empresa está apostando com bastante força no ensino digital e nos cursos à distância para dar um salto no faturamento nos próximos anos.

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Diante do cenário imposto pela pandemia, os cursos profissionalizantes presenciais — carros-chefes da empresa — deram lugar a um ensino online em um modelo que mistura aulas digitais com o dia a dia dos salões. E esse novo padrão será mantido.

O Instituto Embelleze está lançando 3 cursos ligados à tecnologia e ao empreendedorismo dentro do setor de beleza. A novidade está sendo lançada em parceria com a UNIASSELVI, de graduação e pós-graduação EAD. A UNIASSLEVI tem mais de 150 cursos e 364.000 alunos matriculados.

“Estamos mostrando que é possível se reinventar, inovar e trazer modernidade a qualquer tipo de setor. Nossa parceria com foco nos cursos digitais é uma aposta para alcançarmos mais profissionais, de qualquer região”, diz Daniel Narcizo Pereira, CEO do Instituto Embelleze.

A estratégia é um avanço na parte edtech do Instituto. Atualmente, a rede oferece 20 cursos, sendo os principais deles o de manicure e pedicure, cabeleireiro, barbeiro e maquiagem. Os cursos digitais, porém, não devem ser o foco central da atuação do Instituto. A intenção é continuar de olho no ensino presencial, já que o modelo de ensino para cursos de beleza ainda depende, indispensavelmente, do contato físico.

Para manter o protagonismo nessa frente, mais de 1 milhão de reais já foram investidos na expansão de participação de mercado das aulas semipresenciais, que permite ao aluno das franquias cumprir 20% das aulas pela plataforma online, sendo a parte teórica, e 80% do curso será presencial em uma das mais de 270 unidades espalhadas pelo Brasil.

De maneira independente, a rede também está lançando um streaming educacional, uma espécie de spotify da beleza, chamado de Embelleze Educa, na plataforma Bookplay. Serão mais de 100 cursos digitais voltados ao empreendedorismo, diferentes dos módulos oferecidos presencialmente. Alguns dos temas serão gestão de estoque e fluxo de caixa. Os novos cursos, segundo Pereira, são novas avenidas de crescimento para a empresa. “Esse é um passo para educar os novos empreendedores do setor. Aqueles que têm gosto pelo segmento mas não sabem como conduzir um negócio”, diz.

A criação da plataforma também partiu do desejo de manter o aluno próximo por mais tempo após a certificação. “Saindo do ensino tradicional prático, essa é uma aposta de manter o aluno na rede, com cursos complementares e também facilitar a entrada do aluno no setor profissionalmente”, diz. “Queremos que o Instituto Embelleze seja parceiro vitalício do aluno, muito além da primeira formação”. A meta é ter bem mais do que 2 milhões de alunos formados - patamar atual da rede.

Chegar lá vai depender de uma grande reorganização grande de processos, que será possível graças a uma unificação da marca, expansão de portfólio e um investimento de 1 milhão de reais em educação. Tudo isso sob a batuta da SMZTO Holding, holding de franquias do empresário e shark tank José Carlos Semenzato, responsável por levar a empresa ao modelo de franquias Brasil afora e que hoje é sócio da Embelleze.

Estímulo ao empreendedorismo

Para facilitar a abertura de novas unidades e estar mais próxima da tão desejada expansão, a rede criou um novo modelo de microfranquia que permite ao empreendedor usar parte do salão como um espaço para cursos nos horários em que o estabelecimento tem menor movimento, o que facilita a inserção da rede em cidades pequenas. “É um estímulo a mais aos empreendedores do país, que cada vez mais precisam de apoio para continuar empreendendo, principalmente com a pandemia”, diz o CEO.

Em outra frente, a empresa também está de casa nova. A nova sede, chamada de Espaço Embelleze, é um espaço de 1.000 metros quadrados criado para integrar os lados educacional e comercial da empresa.

A proposta é que o prédio funcione como um instituto de cursos, mas também um centro logístico para a compra e retirada de produtos, além de ser a nova sede administrativa do Instituto. Dessa forma, um aluno pode ter aulas no mesmo local em que pode comprar produtos licenciados da Embelleze, caso queira empreender e se tornar um consultor.

“A lógica é que se uma pessoa se interessa pela área de beleza, podemos oferecer todos os elos para que ela trabalhe e se desenvolva na área: da venda de produtos a abertura de uma franquia”, diz o diretor do departamento de vendas diretas, Marcel Szajubok.

O conjunto de ações, das franquias mais baratas aos cursos digitais, devem trazer um fôlego a mais a uma operação que já esboça seus primeiros sinais de recuperação após as fases mais agudas da pandemia, pautadas em restrições de circulação que impediam os cursos ministrados "cara a cara". Sem revelar faturamento, a rede afirma ter crescido pelo menos 30% em unidades franqueadas nos últimos meses, recuperando os 10% perdidos com a crise, e ainda ganhando uma parcela a mais nesse cálculo.

Em breve, a rede também pretende comercializar, por vendas diretas, os mais de 20 cursos oferecidos pelas unidades franqueadas. Atualmente, a rede tem mais de 300 produtos, o que já representa um salto e tanto no portfólio visto no último ano, quando a Embelleze vendia pouco mais de 100  itens. “A venda direta é sempre uma grande saída para que pessoas possam ganhar dinheiro em situações como a atual, em que há uma crise financeira”, diz Szajubok.

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