Igor Senra e Léo Mendes, fundadores da Cora: fintech recebe aporte de R$ 600 milhões (Cora/Divulgação)
A fintech Cora anunciou nesta terça-feira, 24, que acaba de receber um aporte de 116 milhões de dólares (600 milhões de reais) em uma rodada série B de captação. O investimento foi liderado pelo fundo americano Greenoaks Capital (Deliveroo, Robinhod), que decidiu antecipar a rodada, antes prevista para 2022. Essa é a primeira vez que os fundos Tiger Global e Tencent (da gigante chinesa de games) participam como investidores ativos. Além deles, também entraram o Ribbit Capital, Kaszek Ventures e QED Investors, que já haviam injetado capital na companhia em sua série A.
A nova rodada vem apenas quatro meses após a última captação da empresa, de 150 milhões de reais. Antes disso, no final de 2019, a Cora já havia recebido um investimento semente de 10 milhões de dólares liderado pelos fundos Kaszek e Ribbit. Ao todo, a empresa já soma 152,7 milhões de dólares em investimentos, quase 800 milhões de reais.
“Não esperávamos um novo aporte tão cedo. Mas a empresa tem um potencial imenso, que foi logo identificado por esses investidores e os números falam por si só”, diz Igor Senra, fundador da Cora.
A premissa básica da Cora, fundada pelos empreendedores Igor Senra e Léo Mendes, é ser o banco digital das PMEs. Para isso, conta com ferramentas para pagamentos e recebimento de produtos e serviços, como PIX e boletos, além de recursos que automatizam a gestão financeira de pequenos negócios. Fundada em outubro de 2020, a Cora já contabiliza 130.000 clientes, entre pequenos e médios negócios e microempreendedores.
Segundo Senra, os donos dos pequenos e médios negócios estão à margem do mercado financeiro, e é preciso a criação de produtos dedicados ao gerenciamento e dores específicas a essas empresas. “Se os ajudarmos, como queremos fazer, os empreendedores serão capazes de fazer a diferença no país”, diz.
O carro-chefe da empresa hoje é a contas digital para PMEs, mas com o novo aporte, a intenção é lançar a fintech no mercado de crédito corporativo, segundo o CEO.
Em um primeiro momento, a Cora deve passar a oferecer cartão de crédito, e pretende ampliar o leque de produtos de crédito para antecipação de recebíveis e capital de giro. Mais no futuro, um novo recurso na Cora também pode permitir a remuneração de donos de PMEs a partir do saldo das contas digitais. As apostas, juntas, devem levar a empresa a alcançar uma base de 380.000 clientes até o final do ano, mais do que o triplo de atualmente.
Para acelerar o desenvolvimento e lançamento desses produtos, a fintech quer também usar parte do capital para novas contratações, especialmente nas áreas de tecnologia e operações. Dos 170 funcionários de hoje, a empresa pretende chegar a 500 no final do ano que vem.
A longo prazo, a inteção é se tornar a primeira opção quando o assunto é gestão financeira de pequenas e médias empresas. “Essa briga ainda está aberta nos pequenos negócios. A intenção é mostrar que a Cora é a solução dominante para elas”, diz Senra. “Seremos a opção óbvia quando falamos em banco digitais para pequenos negócios”.