Os projetos residenciais de energia solar respondem por 7 em cada 10 instalações no país. Economia pode chegar a 95% (Bruno Kelly/Reuters)
Rodrigo Caetano
Publicado em 6 de julho de 2020 às 15h40.
Última atualização em 7 de julho de 2020 às 02h19.
Os pequenos sistemas de geração de energia solar, instalados nos telhados de residências e empresas, atingiram 3 GW de potência instalada no país, o suficiente para abastecer 1,2 milhão de casas, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Esse tipo de geração triplicou no Brasil, nos últimos 12 meses, e cresceu 45% nos últimos seis, apesar da pandemia. Existem, atualmente, 255.000 sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, que abastecem 319.000 unidades consumidoras, como são denominadas as ligações de energia feitas pelas distribuidoras. Ao todo, os brasileiros investiram mais de 15 bilhões de reais em energia solar.
“O setor solar fotovoltaico brasileiro gerou 165.000 empregos desde 2012, espalhados por todas as regiões do país. Apenas nos primeiros cinco meses de 2020, o mercado criou mais de 37.000 postos de trabalho, mesmo em meio à crise econômica e sanitária da covid-19”, afirma Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar.
Projetos residenciais respondem por sete em cada dez instalações de painéis solares no país. Em termos de potência instalada, no entanto, as empresas de comércio e serviços estão na frente, com 39,5% da capacidade total.
A possibilidade de economizar na conta de luz é o principal atrativo dos sistemas fotovoltaicos. Segundo Bárbara Rubim, CEO da consultoria Bright Strategies, em tempos de pandemia, a energia solar ganhou um novo aspecto econômico ao atuar como redutor de gastos fixos de comércios e outros estabelecimentos. “Um ponto de destaque é a maior previsibilidade que o consumidor adquire quando decide migrar para a geração solar, pois passa a ficar blindado dos impactos das políticas tarifárias”, afirma Rubim.
Essa economia pode chegar a 95%, dependendo da região onde o sistema foi instalado e dos hábitos de consumo. Os equipamentos, no entanto, não são baratos. Um sistema residencial, com capacidade de 2 kWp (unidade que define a potência máxima de um painel fotovoltaico), sai por volta de 14.000 reais.
Alguns bancos oferecem condições de financiamento voltadas para o segmento. Em alguns casos, o valor da parcela pode ficar menor do que a economia de energia. Ou seja, o sistema sairia, praticamente, de graça.
Segundo cálculos do Portal Solar, market place de equipamentos para energia solar, que opera uma linha de crédito com o banco BV, os maiores beneficiados são os consumidores com contas de luz a partir de 500 reais. Considerando um prazo de 72 meses de financiamento, a parcela de um sistema de pequeno porte ficaria por volta de 590 reais. Como a economia supera os 90%, um consumidor que paga cerca de 650 reais pode compensar o valor gasto.
Para os pequenos comércios, a vantagem é ainda maior. Segundo o BV, uma padaria, por exemplo, arcaria com uma parcela de 1.850 reais para instalar um sistema adequado às suas necessidades. Já a economia de energia pode chegar a 2.500 reais mensais.
Fonte: Banco BV (preços coletados em março deste ano)