É do Nordeste: BID e Cubo Itaú lançam programa para startups da região
Terceira turma do programa de aceleração BID ao Cubo vai conectar empreendedores da região Norte e Nordeste do país a outros ecossistemas de negócios no país
Maria Clara Dias
Publicado em 22 de março de 2022 às 06h00.
Última atualização em 25 de março de 2022 às 11h37.
Um novo programa de aceleração está de olho em startups com origem que fogem à Faria Lima. Juntos, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Cubo Itaú, hub de fomento ao empreendedorismo do Itaú Unibanco, estão lançando a terceira edição do BID ao Cubo, que irá potencializar startups do Nordeste e Norte do Brasil.
A partir desta terça-feira, pequenas empresas de base tecnológica podem se inscrever para um período de oito semanas de capacitação, mentorias e conexões com outras companhias que fazem parte do ecossistema de inovação do Cubo e também do BID Lab, laboratório de inovação do BID. Ao todo, 15 empresas serão selecionadas e estarão mais próximas de centros de pesquisa, investidores e outros players de São Paulo.
Segundo Renata Zanuto, co-head do Cubo Itaú, o objetivo do programa é facilitar a conexão entre startups e suas soluções inovadoras às pontas que podem fazer com que ideias possam sair do papel e ganhem escala. “Essa é uma iniciativa que consegue potencializar as forças de cada um dos parceiros para a geração de negócios”, diz.
Desde a sua primeira edição, em 2020, o BID ao Cubo acelerou 55 empresas. Algumas delas já chegaram ao final do ciclo de investimento, e foram adquiridas por grandes companhias, como é o caso da baiana Kinvo, vendida por R$ 72 milhões para o banco BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME). Outro exemplo, segundo Zannuto, é o da Ti.Saúde, comprada pelo Grupo DPSP — detentor das Drogarias Pacheco e São Paulo.
As inscrições podem ser feitas até 10 de abril, pelo site.
Além da Faria Lima
O programa é um esforço das duas instituições para promover o crescimento de empresas de fora do eixo Rio-São Paulo. Como consequência, essas startups ganham maiores chances de impulsionarem suas receitas. Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), 29% das startups do Norte não têm faturamento, enquanto no Nordeste esse número sobe para 35%.
Em outra frente, é também uma iniciativa que mira maior representatividade no ecossistema — o que consequentemente acelera a recuperação econômica do país a partir dos números envolvendo o programa, segundo Morgan Doyle, representante do BID no Brasil. “Ficamos felizes em ver que na última edição do programa mais de 50% das startups tinham mulheres no quadro de fundadores e observamos também um aumento de quase 20% no número de inscrições de startups com pessoas negras em relação à primeira edição. Esses números traduzem a diversidade dos ecossistemas locais”, explica.