Fernando Nunes, Guilherme Verdasca e Rafael Negherbon, fundadores da Transfeera: faturamento duas vezes maior em 2021 graças ao Pix (Transfeera/Divulgação)
A proposta de facilitar o dia a dia financeiro de empresas já é uma conversa antiga na Transfeera, fintech de automação de pagamentos fundada em 2017 na cidade de Joinville, em Santa Catarina. O que é novidade por lá, porém, é o salto nas receitas em função do cenário macroeconômico e de algumas inovações no sistema de pagamentos do país — entre elas o Pix.
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Em 2021, o lançamento da modalidade de pagamentos instantâneos do Banco Central elevou as receitas da startup: o faturamento chegou a R$ 9,5 milhões, mais do que o dobro do ano anterior. O número de clientes também aumentou, de 192 para 386. A explicação para isso, segundo Guilherme Verdasca, CEO da empresa, está na criação de um nova postura corporativa: a de especialista em Pix.
“Isso permitiu que a gente ganhasse uma escala ainda maior, já que já olhávamos para tecnologia em transferências há um bom tempo”, diz.
O racional por trás do novo termo está no histórico da empresa lidando com transferência entre companhias e pessoas. Nos primeiros anos de operação, a Transfeera atuava com a ponte entre diferentes contas bancárias a fim de zerar o valor das transações para quem transfere dinheiro. Hoje, está voltada a empresas, com uma plataforma de gestão de pagamentos e recebimentos via Pix e também uma solução de inteligência para validação de dados bancários que evita erros nas transações.
A infraestrutura de pagamentos lançada pelo Banco Central do Brasil deu uma guinada no desempenho da fintech, já que acelerou tecnologias e trouxe uma estrutura mais segura para pagamentos que, sozinhas, fintechs de pequeno porte ainda deveriam suar a camisa para conseguir lançar — e algo que só aconteceria no longo prazo.
Os bons números de 2021 também vieram, em boa medida, da escolha acertada da Transfeera em relação aos setores que concentrariam mais esforços de vendas e negociações. No ano passado, o foco passou a ser outras fintechs e também marketplaces. “Já tínhamos essa atuação há algum tempo, mas 2021 serviu para mostrar que isso na Transfeera está consolidado”, diz o CEO. “Hoje vemos que nossa visão de futuro está em ajudar a habilitar rotinas de pagamentos de empresas de alto crescimento”, diz. Em um ano, a Transfeera movimentou R$ 6,5 bilhões dessas empresas em sua plataforma.
A ideia está em simplificar processos burocráticos de empresas que querem agilizar e melhorar a experiência dos clientes. Além disso, a estratégia da Transfeera a partir de agora será a de ajudar a criar novas empresas, especialmente novas fintechs. “Queremos acelerar o ecossistema de inovação no Brasil a partir das tecnologias e facilidades em pagamentos”, diz.
Para isso, está no radar a conclusão de um processo de regulamentação junto ao Banco Central para se tornar uma instituição de pagamentos, além de novas funcionalidades no Pix ainda em 2022, principalmente após a implementação oficial do open finance, que deve permitir a validação de dados bancários com mais segurança.
A meta para este ano é dobrar mais uma vez o tamanho do negócio, em receita e número de clientes. A Transfeera estima um faturamento de R$ 20 milhões em 2022.