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Conheça seis startups que servem de alternativa aos Correios

Empresas como Mandaê, Diálogo Logística e Lalamove cresceram ao longo de 2020 com a expansão do e-commerce e a greve dos Correios

Mandaê: empresa recolhe as encomendas dos clientes e leva até transportadoras parceiras (Mandaê/Divulgação)
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Carolina Ingizza

Publicado em 30 de setembro de 2020 às 18h20.

Última atualização em 1 de outubro de 2020 às 11h03.

A maior greve da história dos Correios , que terminou na semana passada, colocou a logística em pauta no Brasil. A paralisação dos funcionários da estatal pressionou o e-commerce , que vive um ano recorde.

Com a pandemia do novo coronavírus , os consumidores, confinados em casa, mudaram seus hábitos e o comércio eletrônico cresceu em meses o que era esperado para anos. O desafio para as varejistas foi entender como adaptar a logística para entregar todos os produtos no prazo prometido ao consumidor.

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Sem a disponibilidade dos Correios, esses vendedores precisaram buscar outras soluções para venda. E quem ganhou com isso foram as startups de logística, que já vinham em um ano atípico, com volumes de entrega dignos de "Black Friday" desde março.

Essas empresas não conseguem substituir os Correios, que estão presentes em mais de 5.000 cidades do país, mas oferecem uma alternativa de logística para consumidores e empresas.

Conheça abaixo seis startups que se destacam no setor:

Mandaê

Criada em 2014 pelos empreendedores Karim Hardane e Marcelo Fujimoto, a Mandaê é o elo que conecta os lojistas do e-commerce a transportadoras. A startup recolhe os produtos das empresas clientes e depois os leva até uma das 23 transportadoras parceiras, que se encarregam de levar o pedido até o consumidor final.

Hoje a empresa tem cerca de 400 clientes. Só negócios muito pequenos, com menos de 15 encomendas por dia, não são atendidos. Nos primeiros sete meses de 2020, a startup já bateu a marca de 2 milhões de encomendas enviadas, o número total de 2019. A projeção, agora, é terminar o ano com faturamento 130% maior que no ano passado. Para os próximos meses, a objetivo é expandir os pontos de coleta para outros estados para além de São Paulo.

Diálogo Logística

A Diálogo , fundada por Ricardo Hoerde em 2015, foi criada para ajudar grandes marcas como Via Varejo, Renner e Natura a entregar na Região Sul. Hoje, a startup está presente em 2.000 cidades em dez estados das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, conectando as empresas clientes a parceiros de logística.

O projeto de chegar até 3.000 municípios vai ficar para 2021, porque a companhia precisou focar seus esforços para dar conta da demanda, que triplicou com a pandemia. O volume de entregas, que era de 12.000 por dia até março, passou a ser de 35.000. A expectativa é que, com a Black Friday em novembro, a empresa atinja a marca de 1 milhão de entregas no mês. Só nos últimos meses, clientes grandes, como Boticário e Centauro, passaram a usar os serviços da empresa. Neste ano, a Diálogo projeta faturar 110 milhões de reais, mais que o dobro em relação a 2019, quando a receita foi de 50 milhões.

Kangu

A startup brasileira foi fundada em janeiro de 2019 pelos sócios Marcelo Guarnieri, Ricardo Araujo e Celso Queiroz. Os empreendedores deixaram suas carreiras como executivos da FedEx para embarcar no empreendedorismo.

Ela, que recentemente recebeu um aporte do Mercado Livre, usa lojas de bairro como pequenos centros de distribuição e coleta de mercadorias. Dessa forma, as papelarias, pet shops e lojas de roupa podem virar locais para os consumidores buscarem encomendas e deixarem os produtos que precisam ser devolvidos. Hoje, são 1.450 estabelecimentos cadastrados em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Só nos últimos cinco meses, a operação da empresa cresceu cinco vezes.

Loggi

A Loggi é a primeira e ainda única startup unicórnio (avaliada em mais de 1 bilhão de dólares) do setor de logística brasileiro. Fundada em 2013 por Arthur Debert, Eduardo Wexler, Fabien Mendez, a empresa usa frotas parceiras de motos, carros e caminhões para levar o produto de seus clientes ao destino.

Só em julho, a empresa cresceu 500% no volume de demandas na comparação com o mesmo mês do ano passado. A companhia precisou investir em tecnologias e no aprimoramento dos processos internos para conseguir suportar a demanda durante a pandemia. Por causa desses investimentos não planejados, a startup teve de pausar os planos de chegar à cobertura nacional ainda em 2020. Ainda assim, houve um avanço — a empresa chegava a 30% da população do Brasil em 2019 e espera fechar 2020 com uma cobertura de 54%. Ano que vem, a meta de alcançar 5.500 cidades será retomada.

Lalamove

A chinesa Lalamove , que entrou no Brasil em agosto de 2019, é um “Uber da logística” urbana, conectando motoristas de caminhão, Fiorinos e motos com seus clientes. O aplicativo da empresa pode ser usado desde para enviar documentos até fazer mudanças de imóvel. Desde março, o número de pedidos na plataforma cresce 100% ao mês.

Durante a greve dos funcionários da estatal, a startup sentiu um crescimento no volume de entregas, especialmente em setores como vestuário, serviços e produtos para pet, segundo Luiz Giordani, gerente-geral da Lalamove no Brasil. A expectativa da empresa é que experimentando a possibilidade de ter os produtos recolhidos e entregues no mesmo dia, as empresas e consumidores se tornem clientes fiéis do negócio.

Eu Entrego

A startup brasileira Eu Entrego foi fundada por Vinicius Pessin em 2016 para resolver as entregas de última milha — que levam o produto até o cliente final. O modelo de negócios da startup usa pessoas físicas, com carro de passeio, para fazer entregas dentro da cidade para grandes marcas, como Magazine Luiza, Boticário, Carrefour e Marisa.

O negócio, que cresceu 300% de março a agosto na comparação com 2019, deve fechar o ano seis vezes maior do que começou. A greve dos Correios foi um impulso a mais para a startup, que sentiu a demanda subir 20%. Só no período, 11 novos clientes foram conquistados.

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