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Como potencializar o crescimento da sua franquia

Virar um "franqueado profissional" e cuidar de mais de três lojas da mesma rede ajuda a aumentar o faturamento

Cacau Show: empreendedores cuidam de sete lojas e ganham poder de barganha (Foto/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2012 às 14h08.

São Paulo - Gerenciar cinco ou dez lojas pode parecer uma loucura. Especialistas em franquia, no entanto, afirmam que esse é o caminho para o sucesso no ramo. “Recomendo que uma pessoa, ao procurar uma franquia , vá com a ideia de montar pelo menos três unidades da mesma marca”, destaca o diretor da consultoria ba}Stockler, Luis Henrique Stockler.

Com sete lojas da Cacau Show em Barueri e Osasco, Carlos Ronie Silva Luciano é o que se chama de franqueado profissional e garante valer a pena. “Ter várias lojas facilita muito a administração e as ações comerciais, pelo fato de poder ter um mesmo contato e um gerente que cuide de mais de uma loja”, diz o empresário. Ele e o sócio Edemir Aparecido Godoi abriram a primeira unidade em 2006 e no ano seguinte já estavam com a segunda em pleno funcionamento.

André Maia tem uma história semelhante no Rio de Janeiro. Funcionário do mercado financeiro, o carioca destaca o interesse que sempre teve em entender o sucesso ou desastre das empresas. Cliente assíduo do Rei do Mate, ele decidiu abrir a primeira loja em 1998. A segunda loja veio no ano seguinte, mas ele não parou por ai. Já são nove estabelecimentos com previsão de inaugurar outros três ainda neste ano. “O Rei do Mate concede um desconto na taxa de franquia para o franqueado adquirir outra unidade.”

Um ano entre a primeira e a segunda loja é justamente o tempo recomendado por Stockler para quem pretende virar um franqueado profissional. "Não se pode pensar que a segunda unidade vai ser como a primeira. É outro negócio e a administração tem que ser pensada do zero. Cada localidade tem particularidades de clientela e de hábitos de consumo”, alerta. A partir da terceira, no entanto, o especialista diz que o tempo de espera pode ser menor.

Foi esse o caminho seguido por Carlos e Edemir. Em 2008, eles abriram as terceira e quarta lojas. Embora haja benefícios, o dono de sete unidades da rede de chocolates destaca que a logística de estoque é dificultada por conta da grande quantidade de itens que a franquia oferece. O gerenciamento dos funcionários, porém, é citado por ele como a maior dificuldade da ampliação. “Cada loja tem cinco funcionários, mas o número chega a dobrar em épocas como Páscoa e Natal. É muito funcionário para lidar”, destaca Luciano.

Por outro lado, Luis Stockler ressalta que o fato de ter muitas lojas pode também trazer benefícios no momento de gerenciar os funcionários. “O negócio de pequeno porte não tem mão-de-obra sobrando, não consegue fazer um rodízio de equipe e tem estoque mais apertado. Quando parte para a segunda, terceira franquia, começa a enxergar a operação de forma menos operacional, consegue fazer rodízio de funcionários, escala de folgas, além de um controle melhor do estoque”.


Bem vistos
Segundo o diretor da ba}Stockler, o sonho de todo franqueador é ter franqueados profissionais. “Franqueadores com amadurecimento e expansão da rede preferem dar novas franquias para quem está na operação, porque a demanda de serviço de suporte é muito menor, além de ser alguém que já entrou na cultura da empresa”. A rede de chocolate Cacau Show, por exemplo, tem 1.120 lojas espalhadas pelo Brasil. Entre os franqueados, 251 possuem mais de uma loja, 98 deles só em São Paulo.

Apesar da importância de incentivar franqueados a abrirem novas lojas, Stockler classifica como essencial tratar bem quem é novo no ramo. “O franqueado de primeira loja tem que ser muito bem acompanhado. Com ele, o franqueador não pode errar ou tira todo o ânimo”. Entre as obrigações das franquias está o auxílio na escolha do ponto, na implementação, no treinamento, além de todo o suporte para funcionar. “Muitas vezes o franqueador novo, que está no ritmo de vender franquia sem pensar estrategicamente, comete várias vezes o erro de sair expandindo sem cuidar da boa implementação das primeiras unidades, sem formar um núcleo de franqueados que vistam a camisa”, opina o especialista.

Essa troca com o franqueador é vista por Carlos Ronie como saudável. No entanto, ele destaca a importância de se tomar a iniciativa. “É uma franquia, tem representação da marca e até anda sozinha. Mas o dono tem que viver a loja, tem que buscar coisas melhores, não dá pra ficar só na espera”, sugere.

André Maia também ressalta o apoio da Rei do Mate. “Minha relação é excelente com eles, somos literalmente parceiros, estamos juntos nas dificuldades e nas comemorações”. Segundo ele, há um conselho de franqueados da rede no Rio de Janeiro que participa ativamente das decisões da franqueadora. “Somos sempre ouvidos e respeitados.”

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