Como funcionam as aceleradoras brasileiras
Conheça o perfil de nove aceleradoras brasileiras e depoimentos de startups que passaram pelo seu processo de aceleração
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2013 às 06h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h42.
São Paulo – Para donos de startups , participar de um processo de aceleração pode mudar totalmente a ideia do seu negócio. Francilene Garcia, presidente da Anprotech (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores), explica que hoje o movimento das aceleradoras é bastante oportuno. “Na última década, tivemos a chegada de vários fundos e a presença dos anjos”, explica. “A startup precisa ter muito foco, todo programa de aceleração é muito intenso, e tem que ser rápido, ágil e é dessa forma que as aceleradoras se diferenciam das incubadoras”, explica Frederico Lacerda, sócio fundador da 21 212. Confira nas fotos o perfil de nove aceleradoras brasileiras e em que tipo de negócios e empreendedores eles investem.
A aceleradora 21212 tem escritórios em Nova York e no Rio de Janeiro e busca startups em estágio de validação de hipóteses e desenvolvimento do produto. O investimento por startup é de 50 mil reais em capital e até 350 mil reais em serviços oferecidos por parceiros. Dependendo do estágio da startup, a aceleradora pega entre 10% e 20% de equity. Fabio Seixas, fundador da Camiseteria, e Christopher Meyn, sócio-diretor na Gávea Investimentos, fazem parte do time de mentores. São realizados três programas de aceleração por ano, com duração de quatro meses cada. Queremos, PagPop, ResolveAí, EasyAula, Bidcorp e ZeroPaper são algumas startups que participaram do programa. “Além da mentoria, eles foram muito importantes para gente definir o mercado de taxi como nosso cartão de visita”, afirma Gabriel Silva (foto), sócio do Resolve Aí.
Fundada em 2008 por Yuri Gitahy e situada em Belo Horizonte, a Aceleradora busca por startups de tecnologia, mobile e serviços. O investimento por startup é de até 50 mil reais, podendo chegar a valores maiores. O equity por empresa é de 5% a 15%, dependendo do estágio da startup. No time de mentores estão nomes como Gustavo Caetano, da SambaTech e Simon Olson, do Google. O processo de aceleração dura de três a seis meses e a seleção é feita a cada nove meses. Sympla, Crowdtest, Emotion.me e Ledface participaram do programa. “Na minha opinião, é de fundamental importância o empreendedor conhecer bem o trabalho da aceleradora e, acima de tudo, entender quais são os seus objetivos. Somente dessa forma você consegue extrair o máximo de auxílio e mentoria disponíveis nos programas”, explica Felipe Gazolla (foto), fundador e CEO da Youcast. A startup foi acelerada em 2011 pela Aceleradora e agora está na Wayra.
Fundada em agosto do ano passado, a Aceleratech tem sede no prédio de pós-graduação da ESPM, em São Paulo, e busca por startups com produto de base tecnológica. Há uma ajuda de custo de 20 mil reais por startup durante o programa. A aceleradora pega de 10% a 15% de equity por startup, dependendo do estágio da empresa. O processo de aceleração dura 12 semanas e na equipe de mentores estão nomes como Julio Vasconcelos, CEO do Peixe Urbano, e Malte Huffmann, co-fundador da Dafiti, entre outros. Thiago Malpetti (foto), CEO da Mobb, startup que está fechando o primeiro mês de aceleração, afirma que praticamente descontruiu o negócio e o remontou. “Eles ajudaram a gente a ter uma visão externa e ver novos caminhos”, diz.
A Artemisia foi fundada em 2004 pela Potencia Ventures e tem sua sede em São Paulo. O programa de aceleração tem como foco, não exclusivo, acelerar negócios nas áreas de saúde, educação, mecanismos financeiros e tecnologias para todos. A aceleradora não investe diretamente nas startups e não exige participação nas selecionadas. Marcelo Nakagawa, do Centro de Empreendedorismo do Insper, Fernando Costa, da EasyComp e Ewaldo Russo, do São Paulo Anjos e Grupo Fleury, são alguns mentores. O programa tem duração de cinco meses e o HandTalk, Kiduca, Konkero e QMágico são algumas startups que passaram pelo processo. “O processo foi a melhor coisa que pode ter acontecido para gente, a capacitação que eles deram para nossa equipe foi fundamental para receber um investimento”, afirma Claudio Sassaki, do Geekie, que passou pelo programa ao longo do ano passado.
Fundada no ano passado, a Papaya Ventures é uma aceleradora multitemática, ou seja, cada programa tem um tema diferente. Com sede no Rio de Janeiro, neste ano, o foco será em desenvolvimento de soluções mobile para empresas. Eles investem 30 mil reais por startup e a aceleradora pega 10% de equity por empresa. Amure Pinho, diretor executivo na Sync Mobile, Paul Papadimitriou, da Inteligência Digital, entre outros. A cada seis meses, eles selecionam cinco startups para serem aceleradas. Para Warner Vonk (foto), da Buus, o programa foi muito importante para especificar o foco do negócio. “A partir daí, você tem que tomar decisões para o próximo passo”, afirma.
A Startup Farm nasceu em 2011 e sua sede fica na capital paulista. A aceleradora acolhe desde startups que estejam iniciando até mais maduras e não pega participação nas empresas. Tem um time com 150 mentores, com nomes como Edson Mackeenzy, do Videolog, Peter Fernandez, da Google, Nicolas Galtier, da Mountain do Brasil, entre outros. O Entregador, Easy Taxi, Listus, Qual Canal e Overmedia Cast são algumas startups que passaram pela Startup Farm. “O programa de aceleração não é só aquele tempo, tem uma herança”, afirma Brunno Galvão (foto), fundador do Remarcados. Ele participou da segunda edição do programa de aceleração da Startup Farm com o projeto da startup O Holandês e explica que até hoje aproveita o networking daquela época.
A Start You Up busca por empresas de cunho tecnológico, principalmente nas áreas de mobile, e-commerce e midia digital, com potencial de escala global. Fundada no ano passado, sua sede fica em Vitória, no Espírito Santo. A aceleradora investe 30 mil reais na startup e pega um equity de até 15% por empresa acelerada. Jesper Rhode, head de Inovação da Ericson, e João Kepler Braga, fundador e CEO do Show de Ingressos, são alguns mentores. A startup Baixou começou a ser acelerada em novembro do ano passado. “A gente tem um espaço para trabalhar para até quatro pessoas, antes a gente trabalhava em casa em um pequeno escritório”, explica Patrick Nogueira (foto), CEO da Baixou. Além disso, ele ressalta a importância do mentoring, que foi o que mais o marcou até agora.
Localizada em Americana, São Paulo, a aceleradora Sýndreams busca empreendedores que estejam utilizando algum tipo de inovação nos setores de Economia Criativa, como arquitetura, design, artes e moda. Fundada no ano passado, o equity que a aceleradora pega por startup varia de 1% a 20%, dependendo do ramo do negócio. "Ter esse olhar de fora está fazendo toda a diferença. Tanto na aplicação da metologia lean startup como na co-construção de todos os processos", explica Giovanna Baccarin (foto), co-idealizadora da startup SoulWorking.
A Tree Labs foi fundada no ano passado e participa das empresas em um estado muito embrionário. A aceleradora pega 9% de equity por startup e há uma ajuda de custo de 11 mil reais. O processo de aceleração tem duração de um semestre e é dividido em três módulos: produto, negócios e investimento. Glenn Marcus, fundador e CEO da AppExtras, e Humberto Matsuda, sócio responsável pelos fundos de Venture Capital da Performa Investimentos, são alguns mentores. No semestre passado cinco empresas participaram do programa: Agendor, AssinaMe, ClickARQ, Logovia e Recruto. “Com cinco startups dentro de um mesmo espaço, tem uma troca muito grande”, afirma Pedro Renan, CFO da Logovia.