Como eles venderam R$ 500 mil em whey pelo Instagram e Facebook
Dois jovens não investiram um real em um negócio que viralizou. Hoje vivem de comissão de venda oferecida por varejistas. Conheça o Save Whey
Marília Almeida
Publicado em 11 de junho de 2017 às 07h00.
Última atualização em 11 de junho de 2017 às 07h00.
São Paulo - O administrador de empresas Bruno Tostes e o economista Manoel Tabet, 29 anos, são amigos de infância que, desde a época da faculdade, pensavam em empreender . Contudo, nenhum dos projetos havia saído do papel até que uma habilidade de Manoel foi percebida por Bruno: a de realizar boas compras. "Ele sempre conseguiu descontos em tudo: celulares, passagens aéreas, hotel. Vi que isso atraía nossos amigos, que viviam pedindo dicas para ele".
Sem saber como ganhar dinheiro com a ideia, Bruno propôs que montassem um blog e criassem um perfil no Instagram divulgando boas promoções. Mas, ao invés de listar todo tipo de produto, os empreendedores acharam que seria melhor segmentar. "Nós dois éramos consumidores de suplementos alimentares, como whey (suplemento utilizado para quem quer ganhar massa muscular e tem uma dieta rica em proteínas), e pensamos que seria mais fácil buscar os produtos, que são padronizados. Não precisaríamos experimentar e fazer uma pesquisa mais extensa. Criamos então o Save Whey ".
Além disso, relata Bruno, uma dieta de suplementos geralmente tem um peso relevante no orçamento pessoal. "Pela nossa experiência, quem toma whey costuma gastar, em média, 200 reais por mês. Mas o valor pode ser maior, pois alguns produtos chegam a custar 500 reais e duram um mês". Ele cita o whey indicado pela blogueira fitness Gabriela Pugliesi, que custa 130 reais e dura 10 dias. "É um dos mais vendidos no mercado".
Os jovens não postam qualquer promoção, mas, sim, grandes descontos. "Já conseguimos encontrar preços até 80% menores". Isso foi possível pela experiência de Manoel em combinar cupons de desconto com links promocionais. "Sabemos que na internet um mesmo produto em um mesmo site tem vários links com preços diferentes, e também diversos cupons de desconto. É necessário pesquisar bem para chegar ao melhor preço". Os maiores descontos são obtidos quando o produto está perto do vencimento, conta.
Alguns usuários do serviço chegaram a dizer para Bruno que, antes de encontrar as promoções do Save Whey, só compravam os produtos nos Estados Unidos. "Eles pensavam que a diferença de preços era maior nos dois países. Mostramos que não".
Como o perfil no Instagram começou a viralizar e atrair seguidores, os empreendedores resolveram criar uma página no Facebook e perceberam que os varejistas ofereciam programas de afiliação que oferecem uma comissão para quem consiga atrair compradores para os sites. "Apostamos nisso e hoje já temos parcerias com cerca de 20 lojas. Postamos promoções de grandes e-commerces, como Submarino, Extra, Centauro, entre outros. Em muitos deles, quanto mais vendemos, o valor da comissão aumenta".
Só no ano passado os empreendedores venderam 500 mil reais em whey pelas páginas nas redes sociais. Eles não divulgam o quanto faturaram com as comissões sobre esse valor de vendas.
Sem investir um real no negócio, começaram a ter um fluxo de caixa suficiente para se dedicar quase totalmente ao negócio e investir em marketing, por exemplo. Em fevereiro, criaram um aplicativo. A ideia foi atingir um público mais amplo, que não necessariamente faz parte de redes sociais. Os empreendedores também buscaram tornar o monitoramento dos preços mais prático. O aplicativo envia uma notificação de todas as promoções postadas para os usuários. Nos posts, o usuário recebe todas as instruções necessárias para obter o desconto antes de ser redirecionado para o site do varejista.
Os diferenciais para o negócio evoluir, lista Bruno, foram criar um serviço que manteve sua característica pró-consumidor (as promoções são realmente bons negócios), e também a filtragem de sites que são divulgados no Save Whey. "Tomamos o cuidado de analisar cada um. Vemos como eles estão no ranking do Reclame Aqui, se oferecem segurança na hora da compra e se têm selos de excelência, como os fornecidos pela e-Bit".
O próximo passo, conta Bruno, é buscar investidores para a criação de um site. "Queremos ser um endereço onde o consumidor encontra informações mais completas sobre os produtos, além de continuar a divulgar descontos".