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Como criar um negócio que consiga mudar o hábito das pessoas

Os investidores Eduardo Mufarej, da GK Ventures, e Romero Rodrigues, da Redpoint eventures, dão dicas do que fazer para criar um negócio inovador

Inovação: a chave para o sucesso é conquistar a lealdade dos primeiros clientes (mikroman6/Getty Images)

Inovação: a chave para o sucesso é conquistar a lealdade dos primeiros clientes (mikroman6/Getty Images)

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Carolina Ingizza

Publicado em 8 de setembro de 2020 às 20h12.

Um dos grandes desafios ao se criar uma empresa de inovação é lidar com a conformidade das pessoas. Hábitos demoram para ser construídos e ainda mais para serem deixados de lado. Então como negócios inovadores como Uber, iFood e Netflix conseguiram mudar a forma como nos locomovemos, pedimos comida e assistimos a filmes e séries?

Essa questão foi discutida pelos investidores Eduardo Mufarej, fundador da GK Ventures, e Romero Rodrigues, sócio da Redpoint eventures, em evento online promovido pela Tembici, startup brasileira de mobilidade. 

Tomás Martins, presidente e cofundador da Tembici, questionou os investidores da startup sobre como as empresas conseguem mudar hábitos enraizados na sociedade. No caso, ele se referia à preferência que o consumidor brasileiro ainda dá ao carro em detrimento da bicicleta como meio de transporte. 

“Uma mudança de comportamento costuma levar dez anos, é um processo de educação. Oferecer um bom preço, conveniência e alta qualidade são fatores que ajudam as pessoas a experimentar coisas novas”, diz Romero Rodrigues. Na visão do investidor, é importante que os primeiros clientes de um novo negócio tenham uma experiência de uso excelente, assim eles vão usar o serviço novamente e propagá-lo para outras pessoas.

Mufarej concorda. Para ele, as empresas de inovação precisam criar modelos de baixa fricção no funil de conversão de vendas para que as pessoas estejam dispostas a mudar. A experiência tem um papel fundamental na adoção de novas tecnologias. “Com a pandemia, inovações que eram tabus, como a telemedicina e o ensino remoto, vão avançar muito”, diz o investidor.

No caso da Tembici, Mufarej diz que encontrou características fundamentais que o fizeram acreditar que aquele era um negócio possível. Primeiro, o serviço de aluguel de bicicletas era barato, o que é primordial para um país como o Brasil, onde as pessoas têm uma renda média menor. “Cruzar o abismo é um desafio, mas é importante que os serviços sejam bons, baratos e tratem os clientes com dignidade”, afirma o investidor. 

Para ele, casos de sucesso de outros países também ajudam cidadãos e gestores públicos a experimentarem novas soluções. No caso da mobilidade urbana, Mufarej cita Paris, na França, e Bogotá, na Colômbia, como bons exemplos de cidades que incorporaram as bicicletas ao cotidiano. “No final do dia, tudo que você precisa são bons exemplos. As pessoas são conformistas, então é preciso mostrar que a inovação funciona”, diz. 

Para Rodrigues, o desafio é conseguir mostrar para os clientes em potencial a dor que a solução inovadora resolve. “Tem uma frase do Bill Gates que eu gosto muito. Ele diz que as coisas demoram mais para acontecer do que a gente espera, mas quando elas acontecem, é muito rápido”, afirma o sócio da Redpoint.

A discussão aconteceu em um painel de inovação do Summit Tembici 2020. Veja abaixo o vídeo completo:

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