Após aporte, Loft amplia atuação em SP e muda avaliação de imóveis
A expansão da operação acontece semanas após a startup de compra e venda de imóveis ter recebido investimento de 175 milhões de dólares
Carolina Ingizza
Publicado em 24 de janeiro de 2020 às 13h06.
Última atualização em 3 de julho de 2020 às 12h21.
Semanas após ter recebido um investimento de 175 milhões de dólares, a Loft, startup de compra e venda de imóveis, anuncia a expansão de seu serviço na cidade de São Paulo e uma mudança em seu método de avaliação de imóveis.
A empresa anunciou que está entrando em nove novos bairros da cidade de São Paulo, o que aumenta de 300 para 600 mil o número de imóveis potencialmente atingidos pela operação.
A partir deste mês, a Loft passa a operar em Perdizes, Paraíso, Vila Mariana, Sumaré, Lapa, Alto Da Lapa, Alto de Pinheiros, Vila Leopoldina e Santa Cecília. Até março, Campo Belo, Brooklin, Vila Romana, Bela Vista, Aclimação, Chácara Klabin e Liberdade serão atendidos.
Além disso, para dar agilidade ao processo de venda, a startup vai substituir a primeira visita de avaliação dos imóveis por um formulário online, que o proprietário pode preencher no site da empresa.
“Com esta medida poderemos enviar uma proposta de compra para quem quer vender seu apartamento com mais rapidez após o preenchimento do formulário no nosso site ”, afirmou Mate Pencz, founder e co-CEO da Loft, em nota.
Primeiro unicórnio de 2020
As novidades são anunciadas poucas semanas após a startup ter recebido um investimento de 175 milhões de dólares, liderado pelas empresas Vulcan Capital e Andreessen Horowitz. Com a captação, a empresa atingiu um valor estimado de mais de 1 bilhão de dólares, se tornando o primeiro unicórnio brasileiro de 2020.
Para além da expansão interna em São Paulo, o valor levantado na rodada será usado para levar a Loft para outras cidades do Brasil e da América Latina. A startup prevê chegar ao Rio de Janeiro no primeiro trimestre de 2020 e começar sua expansão internacional no segundo trimestre do ano, na Cidade do México.
“A expansão internacional vai mostrar que nosso modelo de negócios viaja bem, não só entre diversas cidades brasileiras, mas também para outros países”, disse o co-fundador Mate Pencz em entrevista a EXAME. De acordo com o empreendedor, a Cidade do México tem diversas características semelhantes a São Paulo, por isso faz sentido começar a operação internacional por ela.
Mercado pouco explorado
De acordo com a empresa, o mercado imobiliário residencial na América Latina é uma oportunidade de 6 trilhões de dólares, ainda pouco explorada.
O mercado pulverizado e a falta de dados tornam o processo de compra e venda longo e burocrático. Foi para melhorar essa experiência que a Loft nasceu em agosto de 2018, fundada por um grupo de empreendedores em série e executivos experientes, incluindo os fundadores e co-CEOs Mate Pencz e Florian Hagenbuch.
Desde então, movimentou mais de 2 bilhões de reais em vendas de imóveis e só em 2019 transacionou mais de mil apartamentos. No site da empresa, há mais de 300 imóveis anunciados. Há apartamentos na casa dos 300.000 reais ou 400.000 reais, mas a grande maioria são imóveis de alto padrão, com preços acima de 1 milhão de reais e que podem passar de 6 milhões de reais.
A Loft estima é que o processo de compra demore, em média, mais de 16 meses. “Essa demora na venda faz com que a liquidez de um imóvel no Brasil seja muito menor do que deveria”, disse o co-fundador João Vianna em entrevista a EXAME em dezembro.
Na Loft, o ciclo completo (da compra de um apartamento pela startup à venda para outro consumidor) demora cerca de 4 meses. “Queremos que trocar de apartamento no Brasil seja tão fácil quanto trocar de carro.”
A empresa atua em todas as frentes: compra o imóvel de um cliente, o reforma e revende a um novo comprador. No meio do caminho, também facilita um processo de permuta, caso um cliente queira trocar seu imóvel por outro (e receber a diferença, se for o caso). O processo é feito em parceria com imobiliárias e mais de 6.000 corretores parceiros nas regiões em que atua.