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Em agosto, startups brasileiras receberam R$ 10 bilhões em aportes

Segundo relatório da Sling Hub, empresas como Nubank, Wildlife e SuperSim receberam em agosto de 2020 quase o total investido em startups em 2019

Arthur Lazarte, Victor Lazarte e Michael Mac-Vicar, fundadores da Wildlife: startup de games para celular recebeu 120 milhões de dólares em sua rodada série B (Germano Lüders/Exame)
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Carolina Ingizza

Publicado em 3 de setembro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 3 de setembro de 2020 às 09h13.

A Neon Pagamentos acaba de concluir uma captação de 1,6 bilhão de reais (cerca de 300 milhões de dólares) em uma rodada Série C liderada pelo General Atlantic .O ecossistema brasileiro de startups está provando que consegue nadar contra a crise e atrair investimentos. Somente em agosto, as empresas brasileiras receberam em aportes um total de 10,8 bilhões de reais—cerca de 85% de tudo que foi investido em startups no ano passado. Os dados são do relatório Brazil Startups Activity Report, da plataforma Sling Hub.

Ao todo, durante o mês passado, foram 36 aportes. O setor que mais atraiu investimentos foi o de fintechs (finanças), com oito rodadas, seguido pelo de healthtechs (saúde), que teve quatro. A maior parte das startups recebeu entre 1 e 10 milhões de reais, mas quatro empresas atraíram mais de 100 milhões de reais, puxando a média do grupo para cima.

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A lista considera a captação de 1,5 bilhão de reais feita pelaStone com uma oferta de ações o maior aporte do mês, mesmo a empresa sendo listada na bolsa. O segundo maior investimento de agosto seria, então, o do Nubank , que levantou 300 milhões de dólares em uma rodada com o Sequoia Capital, Kaszek Ventures e Ribbit Capital.

O terceiro maior negócio do mês foi a captação de 120 milhões de dólares da startup de games Wildlife , que passou a ter um valuation de 3 bilhões de dólares. O quarto maior investimento recebido por uma startup em agosto foi o da fintech Pontte, que levantou 160 milhões de reais com um fundo asiático.

Entre as empresas que receberam investimentos abaixo de 100 milhões de reais, há startups como a fintech SuperSim, que levantou 30 milhões de reais em uma operação de securitização liderada pela Navi. Ou a CyberLabs, que trabalha com identidades digitais, e recebeu 28 milhões de reais em uma rodada finalizada no final mês.

Não foram só os aportes que cresceram: houve 22 acordos de fusões e aquisições durante o mês passado. As grandes empresas, em um movimento de digitalização de seus negócios em meio à crise, procuraram mais as startups. Só o Magazine Luiza comprou três startups —o site de mídia Canaltech, o departamento de publicidade da Inloco e a empresa de tecnologia para o varejo Stoq. Outra grande aquisição do mês foi a compra pelo Pag Seguro da operação da Wirecard no Brasil.

Felipe Matos, fundador do movimento 10K Startups, aponta que os investimentos e acordos de fusão e aquisição são reflexo da maturidade do ecossistema brasileiro de startups, que tem crescido consistentemente nos últimos oito anos, com mais aceleradoras, investidores anjo, hubs de inovação e iniciativas de corporate venture.

Ao que tudo indica, setembro deve continuar a ser um mês bom para as startups. Na última quarta-feira, 2, a Neon anunciou acaptação de 1,6 bilhão de reais (cerca de 300 milhões de dólares) em uma rodada Série C liderada pelo General Atlantic . O investimento já é o maior do ano recebido por uma empresa brasileira.

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