7 conselhos de franqueados de sucesso
Donos de lojas de seis famosas redes dão sugestões para quem deseja começar no ramo de franquias
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2012 às 05h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h26.
São Paulo - Apesar de ser um mercado em expansão, com uma previsão de crescer 15% este ano, segundo estimativa da Associação Brasileira de Franchising (ABF), franquia não é garantia de sucesso. É preciso pesquisar muito sobre a marca de interesse, conversar com franqueados e também com quem desistiu do negócio. Além disso, ter compatibilidade com as diretrizes é essencial para o bom andamento da empresa . A pedido de Exame.com, seis franqueados considerados promissores por suas redes deram dicas e conselhos para quem deseja entrar nesse mercado. Não se acomodar, investir na divulgação local da marca e entender a metodologia da franquia foram algumas das estratégias seguidas por eles. Confira o que cada um deles ressaltou como indispensável na hora de gerir uma franquia.
A dica do franqueado da escola de idiomas CCAA José Lyra para quem pretende investir em franquias é entender bem a proposta da franquia. “É essencial saber o que a empresa pretende entregar a seus clientes, as estratégias e conjunto de ações utilizadas", ressalta. Ele conta que sempre procurou seguir a proposta da franqueadora em suas duas unidades no Rio de Janeiro, abertas em 2002. “A CCAA é focada no resultado alcançado pelo aluno ao final do curso. Dando atenção a isso, temos vários alunos que se tornaram instrutores de ensino e que, ao concluir o curso, são contratados como professores", exemplifica. Segundo explica, a escolha por não abrir mais unidades da escola deve-se a uma estratégia administrativa. “Em uma cidade grande, como o Rio de Janeiro, cada bairro tem suas peculiaridades e preferi focar nas duas áreas de influência onde me instalei inicialmente.” Dono da ideia de oferecer um workshop de preparação para o processo seletivo da Disney, que contrata universitários para trabalhar nos parques temáticos durante as férias escolares, Lyra ressalta o sucesso. “Todos os anos, enviamos alunos e ex-alunos para participar desse programa.”
O franqueado da Cacau Show Cleber Bairari, há oito anos na rede, destaca o plano de negócios como essencial ao empreendedor que está começando. “O pilar primordial seria a questão financeira, que deve ser planejada dentro do plano de negócios”, sugere. Para o empresário, todo início de negócio exige um grande investimento e é importante que o empreendedor tenha capacidade financeira. “Quando entramos na Cacau Show, existia um forte preceito para que tivéssemos capital disponível e não precisássemos captar em nenhuma instituição financeira”, explica. Bairari acredita que, além do cuidado com as ações de marketing e lançamentos, é necessário investir em bom atendimento. “Temos atendentes sempre disponíveis para ouvir ideias que os clientes sugiram. O bom atendimento é o que cativa o cliente e o faz retornar à loja”, diz.
Logo que abriu sua primeira unidade da L’acqua di Fiori, em Francisco Beltrão, no Paraná, Adriana Dalponte investiu na divulgação da marca pela cidade. “Colocava uma placa na porta da loja com a frase “volto logo” e saía para vender de porta em porta, utilizando até um auto-falante”, lembra. O sucesso fez com que a empresária abrisse a segunda loja em Cascavel, no mesmo estado. A aposta de levar produtos até os clientes e a divulgação visual da marca foram as apostas da empresária. “Hoje contamos com três veículos personalizados e isso também nos trouxe o aumento de clientes e de revendedoras na região, fortalecendo cada vez mais a marca”, ressalta Adriana. Ela acredita que o sucesso se deve mais ao trabalho em equipe do que a uma visão de futuro. “É resultado de equipes que trabalham felizes, amam o que fazem e se sente parte do negócio”, afirma a empreendedora que participa pessoalmente dos treinamentos de funcionários e aceita sugestões dos colaboradores "sempre que há algo a dizer.”
Após 10 anos como funcionário do grupo Spoleto, Fabiano Lot decidiu abrir sua primeira unidade da franquia em 2009. Hoje já são oito lojas em funcionamento e duas a serem inauguradas até o próximo ano. Com a diversidade de localidades, o empresário investiu em campanhas isoladas, de acordo com as peculiaridades de cada região. “Em um shopping mais popular, ataco com promoções voltadas a preços, fazendo combos para atrair clientes. Nas lojas que atendem os públicos A e B, foco em produtos diferenciados apesar dos preços mais altos”. Como destaca, o padrão de atendimento da marca é seguido, mas o trabalho ocorre de forma diferente em cada loja. Para o empresário, o importante é ter atenção ao que está em volta de cada loja. “Faço parceria com concessionárias, escolas e agências bancárias que tem na região, oferecendo pacotes fechados para os funcionários”, explica.
O casal Ricardo Moura Gois e Mônica Carla Gois nunca trabalhou tanto desde que adquiriu uma franquia. “Mesmo com uma franquia conceituada não se pode dar ao luxo de abandonar o balcão”, afirma o dono de sete lojas da Água de Cheiro. Gois acredita que o grande erro de novos franqueados é acreditar que as coisas acontecem sozinhas. “Hoje, mesmo depois de 20 anos como franqueado da Água de Cheiro, permaneço tocando de perto cada uma das unidades", conta. O empresário diz que divulgação regional da marca é um impulso para mais vendas. “Nossas lojas são todas em Aracajú, cidade com 500 mil habitantes e temos a meta de chegar a uma loja para cada 7 mil habitantes”, projeta. Ele conta, ainda, que a visibilidade da marca faz com que surjam muitos convites para abrir novas lojas na cidade.