Logo do aplicativo de mapas Waze (Lionel Bonaventure/AFP)
Karin Salomão
Publicado em 21 de agosto de 2018 às 15h41.
Última atualização em 21 de agosto de 2018 às 15h41.
São Paulo – O Waze lançou hoje, 21, um serviço de carona em todo o Brasil. A ideia é tirar carros das ruas ao juntar pessoas que têm os mesmos trajetos todos os dias.
Um motorista que deseja oferecer caronas pode escolher seus passageiros e limitar as opções apenas para quem trabalha na mesma empresa, por exemplo.
O serviço não deve concorrer com outros aplicativos de transporte, como Uber ou 99, diz a companhia, já que não é voltado a motoristas profissionais e cada um só pode oferecer duas caronas por dia.
“Nosso maior concorrente são os carros que trafegam com apenas uma pessoa dentro”, diz Noam Bardin, fundador e CEO global do Waze.
Ao limitar as opções, a empresa quer se distanciar dos outros aplicativos de mobilidade urbana. Inclusive, a primeira versão do serviço era “um Uber mais barato”, conta, mas não deu certo. “Descobrimos que o que convence alguém a dar ou receber carona é já ter andando com aquela pessoa”, diz o presidente.
O Waze Carpool já existe em seis estados nos Estados Unidos e em algumas regiões de Israel, mas o Brasil é o primeiro país em que o serviço estará totalmente disponível.
O Brasil é hoje o segundo maior mercado para o Waze e, com a velocidade de crescimento, pode ocupar o primeiro lugar, acredita Bardin. “O trânsito é ruim, mas os brasileiros são otimistas e dispostos a testar novos serviços, por isso temos tanto engajamento no país”, diz.
O Waze tem 100 milhões de usuários mensais pelo mundo. São Paulo, que é a maior cidade para o aplicativo, tem 4 milhões de usuários mensais.
O serviço irá custar de 4 a 25 reais e o motorista tem a opção de ajustar o preço que gostaria de cobrar. Isso irá ajudar a empresa a entender qual a melhor forma de precificação do serviço e, consequentemente, como monetizá-lo. Hoje, o Waze não retira nenhuma porcentagem e o pagamento vai todo para o motorista.
Por conta do lançamento no país, a carona custará R$ 2 para quem a pede, por tempo limitado. Já os motoristas receberão o valor normal, subsidiado pelo Google, que controla o Waze. “É a vantagem de pertencer a uma grande empresa, com bolsos fundos”, brinca o presidente.
Para quem quer pegar uma carona, existe um aplicativo específico chamado Waze Carpool. Já para os motoristas, é necessário habilitar a função no aplicativo original.
Quem oferece a carona pode escolher o passageiro e vice-versa. É possível escolher apenas pessoas do mesmo sexo ou que trabalhem no mesmo lugar. Além disso, o aplicativo dá acesso às redes sociais dos integrantes, já que a ideia é que as pessoas se conheçam.
Antes do lançamento oficial, o serviço passou dois meses sendo testado por pessoas de 60 empresas, como Natura, BR Distribuidora, magazine Luiza, Google, Gol, IBM e Nubank. Durante o teste, os carros rodaram mais de 40 mil quilômetros, diz a empresa.
Quando o Waze surgiu, há quase 10 anos, o objetivo era ajudar motoristas a fugir do trânsito.
Nesse tempo, diversas empresas de tecnologia foram criadas para tentar resolver o problema do trânsito e contribuir com a mobilidade urbana. Entre eles, estão aplicativos de transporte como Uber, 99, BlaBlaCar e Cabify.
Uma das empresas de Elon Musk, fundador da Tesla, é a The Boring Company (A Empresa Chata, em português), que constrói túneis para desafogar o trânsito nas grandes cidades. O Google, assim como diversas companhias, está desenvolvendo carros autônomos.
Empresas de bicicletas, scooters e patinetes elétricos também surgem para abocanhar parte do mercado e prometem melhorar a vida nas grandes cidades.
“Estamos ficando sem opções. Só iremos mudar o problema se todos cooperarmos”, afirmou Bardin.