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Votorantim Industrial prevê manter nível de investimento

O maior conglomerado industrial do Brasil espera manter neste ano o patamar de investimento de cerca de R$ 2,5 bilhões em suas operações


	Votorantim: companhia divulgou mais cedo lucro líquido de R$ 581 milhões
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Votorantim: companhia divulgou mais cedo lucro líquido de R$ 581 milhões (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2015 às 16h29.

São Paulo - A Votorantim Industrial, maior conglomerado industrial do Brasil, espera manter em 2015 o patamar de investimento de cerca de 2,5 bilhões de reais aplicado em 2014 em suas operações, focando a expansão do grupo nas áreas de cimento no Brasil e em produção de zinco, atividade que inclui a peruana Milpo.

A companhia divulgou mais cedo lucro líquido de 581 milhões de reais para o quarto trimestre, revertendo prejuízo sofrido um ano antes.

No ano como um todo, o lucro foi de cerca de 1,7 bilhão de reais, sete vezes maior que o resultado obtido em 2013.

Em entrevista à Reuters nesta terça-feira, o presidente-executivo da Votorantim Industrial, João Miranda, afirmou que a empresa ganhou impulso com investimentos em ganhos de eficiência, além de preços de metais nos mercados internacionais mais favoráveis e impactos favoráveis do câmbio. Para 2015, a preocupação é "manter as operações competitivas, com cuidado enorme sobre os custos", disse Miranda.

Do total investido em 2014, 25 por cento foi para atividades de expansão do grupo, proporção que deve se manter este ano, disse o executivo, acrescentando que as áreas de crescimento da empresa em cimentos estão no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Já em zinco, a companhia deve decidir este ano se ampliará a mina de Vazante, em Minas Gerais.

Miranda afirmou que, apesar do cenário de estagnação econômica do país, as vendas de cimento estão "bastante estáveis" no Brasil, mas não deu detalhes ou expectativa de vendas para este ano. Em 2014, a área de cimento da Votorantim Industrial elevou receita em 5 por cento, para 13 bilhões de reais, enquanto o volume vendido recuou 1 por cento, para 37,178 milhões de toneladas.

"O jogo não está jogado ainda. As vendas (de cimento) em autoconstrução, que chamamos de formiguinha, se mantêm bastante estáveis. Não há um sinal de que este ou aquele efeito poderá causar uma retração.

A gente, como todo ano, jogará com muita cautela", disse Miranda ao ser questionado sobre o impacto das medidas de ajuste fiscal promovidas pelo governo federal. A autoconstrução é o conceito usado para descrever obras promovidas por particulares, como construção ou reforma de uma casa.

O executivo comentou que apenas 7 por cento da receita da área de cimentos no Brasil é voltada para grandes obras de infraestrutura. Em razão disso, os potenciais efeitos da operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga denúncias de corrupção nas relações entre a Petrobras e grandes empreiteiras do país, serão mitigados no resultados total do grupo, explicou Miranda.

Segundo o executivo, o grupo continua trabalhando para reduzir ainda mais sua alavancagem, depois de encerrar 2014 com uma queda na relação de dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 3,12 vezes para 2,32 vezes. Para a Votorantim Industrial, um nível confortável de endividamento é de 2 vezes.

O grupo fechou 2014 com uma posição de liquidez de 7,4 bilhões de reais, um crescimento de 12 por cento sobre 2013. A dívida líquida, enquanto isso, recuou 1,8 por cento, a 16,5 bilhões.

Energia

A empresa acumulou experiência na área de gestão de suas 33 hidrelétricas espalhadas pelo país e sua comercializadora de eletricidade é a sétima maior do país, disse o executivo.

"Analisamos uma expansão (dos negócios de energia) para além das áreas de metais e complementar necessidades de outras áreas de negócios. É uma área que nos sentimos confortáveis e que analisamos uma eventual expansão além dos metais, constituindo um negócio em si mesmo", afirmou.

"Quanto mais a gente se fortalece na ponta da comercialização, mais a gente avalia positivamente a possibilidade de expandir o lastro dessa comercialização, portanto uma geração de energia que não seria apenas para consumo próprio", acrescentou o presidente da Votorantim Industrial.

Nesse contexto, a companhia está "estudando muito" o setor de geração de energia eólica brasileiro, disse Miranda ao comentar sobre oportunidades de novos negócios para o grupo. A empresa já tem um forte portfólio de ativos complementares como aços longos e cimento, insumos usados nas torres eólicas.

"Haveria uma complementação muito interessante (da energia eólica) com a energia hídrica (...) mas ainda estamos numa fase de análise", ponderou.

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