Volkswagen vai usar 30% de aço importado
São Paulo - A Volkswagen do Brasil já importa 20% do aço utilizado na produção de veículos, porcentual que subirá para 30% até o fim do ano - em 2009, essa proporção era de cerca de 10%. A matéria-prima importada vem da Coreia do Sul e da Índia. Segundo o presidente da montadora, Thomas Schmall, […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
São Paulo - A Volkswagen do Brasil já importa 20% do aço utilizado na produção de veículos, porcentual que subirá para 30% até o fim do ano - em 2009, essa proporção era de cerca de 10%. A matéria-prima importada vem da Coreia do Sul e da Índia. Segundo o presidente da montadora, Thomas Schmall, além de o preço ser um pouco menor que o produto brasileiro, a importação é uma forma "de não ficar nas mãos de apenas um fornecedor". A questão do aço é um ponto sensível atualmente no mercado automotivo brasileiro. A reportagem procurou outras três montadoras, mas nenhuma delas quis falar sobre o assunto. O silêncio estaria ligado às negociações em curso entre siderúrgicas nacionais e fabricantes de veículos.
Na segunda-feira, o presidente da GM no Brasil, Jaime Ardila, queixou-se de altas de até 30% nos preços da matéria-prima no Brasil. O presidente da Fiat, Cledorvino Belini, também já reclamou dos reajustes no aço. Em momento de alta de preços em todo o mundo - creditada às sucessivas altas do minério de ferro, principal matéria-prima do aço -, os fornecedores do produto veem as reclamações das montadoras com relativa tranquilidade, apesar da alta de 156% nas compras externas de aço entre janeiro e abril de 2010. O consenso é que a participação internacional no fornecimento às montadoras locais ainda é muito pequeno e não crescerá de forma significativa.
Para Marco Polo Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil (IABr), caso realmente quisessem, as montadoras já poderiam importar parcela maior do aço que consomem. "Os reajustes de preço são definidos mundialmente, e a alta do minério afeta o mundo todo. O fornecedor local é tradicionalmente o mais adequado para atender às necessidades 'just in time' dessas indústrias", diz Lopes. "A reclamação faz parte do jogo."