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Volkswagen admite erro por testar efeitos do diesel em macacos

Declaração da montadora ocorre após jornais denunciarem os testes com macacos e humanos na indústria automotiva alemã

Volkswagen: a empresa admitiu ter instalado um software ilegal em alguns veículos com o objetivo de fraudar testes de emissões de poluentes (foto/Getty Images)

Volkswagen: a empresa admitiu ter instalado um software ilegal em alguns veículos com o objetivo de fraudar testes de emissões de poluentes (foto/Getty Images)

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EFE

Publicado em 30 de janeiro de 2018 às 11h01.

Frankfurt, Alemanha - O responsável da Volkswagen para relações públicas, Thomas Steg, disse nesta terça-feira que os experimentos nos quais foram usados macacos para supostamente provar que as emissões de diesel não eram tão nocivas para a saúde "não deveriam ter acontecido".

Em uma entrevista ao jornal alemão "Bild Zeitung", Steg reconheceu que foi informado por e-mail que a Associação Europeia de Estudos sobre a Saúde e o Meio Ambiente no Transporte (EUGT) - instituto financiado pela Volkswagen, BMW e Daimler - pretendia realizar os testes também com humanos.

"Respondi que, naturalmente, não era possível admitir isso", disse Steg, que afirmou que esse estudo "então não foi realizado".

Steg acrescentou que, depois que foram rejeitados os experimentos com humanos, em junho de 2013 a EUGT decidiu realizar o estudo com macacos, para os quais, segundo disse o Steg, "foram respeitados os padrões científicos internacionais".

O responsável da Volkswagen considerou, no entanto, que "desde a perspectiva de hoje, o estudo não deveria ter sido realizado, inclusive sob diferentes condições".

Segundo publicaram na segunda-feira os jornais alemães "Süddeutsche Zeitung" e "Stuttgarter Zeitung", o EUGT encarregou uma investigação nos EUA na qual fez macacos e seres humanos inalar gases humanos com o suposto propósito de determinar os efeitos que tem o dióxido de nitrogênio (NO2) sobre o sistema respiratório e sobre a circulação sanguínea.

O presidente da Volkswagen, Matthias Müller, se desculpou ontem à noite durante em Bruxelas pelos experimentos com emissões de gás e considerou que foram "repugnantes e anti-éticos".

Müller disse que esses estudos demonstram que na sua empresa e na indústria devem ser confrontadas de maneira "mais séria e sensível as questões éticas".

O presidente reconheceu que alguns trabalhadores da Volkswagen tinham informações sobre os controversos experimentos e anunciou que iniciou uma investigação interna.

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