Viver encerra trimestre com prejuízo de R$ 81,3 mi
A incorporadora não lança nenhum novo empreendimento desde 2014
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de novembro de 2016 às 19h34.
Última atualização em 14 de novembro de 2016 às 20h25.
São Paulo - A Viver , primeira incorporadora listada na bolsa a pedir recuperação judicial , encerrou o terceiro trimestre de 2016 com prejuízo líquido de R$ 81,3 milhões, montante 40,6% maior do que o registrado no mesmo período de 2015, conforme balanço publicado nesta segunda-feira, 14.
A deterioração do resultado foi atribuída à suspensão de novos projetos, endividamento pesado, provisões para demandas judiciais de clientes, volume alto de distratos a piora do cenário macroeconômico.
O Ebitda (resultado antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi negativo em R$ 44,8 milhões, piora de 253,5% na comparação entre os mesmos períodos.
A companhia ainda registrou receita líquida negativa de R$ 54,1 milhões, o que representa uma reversão perante faturamento de R$ 45,7 milhões um ano antes.
A incorporadora não lança nenhum novo empreendimento desde 2014, o que prejudicou significativamente o volume de comercialização de imóveis. As vendas brutas somaram R$ 18,8 milhões no trimestre, enquanto os distratos atingiram R$ 98,8 milhões. Com isso, as vendas líquidas ficaram negativas em R$ 80,0 milhões.
A Viver possui um total de imóveis concluídos estimado em R$ 296,7 milhões em valor geral de vendas (VGV), além de outras unidades em obras, estimadas em R$ 114 milhões.
A incorporadora conta com cinco projetos a serem finalizados, sendo que dois deles já receberam um Habite-se parcial. Os demais estão paralisados, e a companhia deverá apresentar as alternativas para finalização dentro do plano de recuperação judicial que ainda está em discussão.
No fim do terceiro trimestre, a Viver possuía uma dívida total de R$ 1,19 bilhão, crescimento de 1% frente ao fim do segundo trimestre. No período, suas disponibilidades de caixa baixaram 3,5%, para R$ 24,6 milhões.
As despesas financeiras líquidas totalizaram R$ 35,2 milhões, apresentando um crescimento de 88% na comparação anual, impactado pela baixa de despesas financeiras de dívidas corporativas capitalizadas, multas por atrasos nos pagamentos e de alguns terrenos sem previsão de lançamento.