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Vision Fund, com Uber e WeWork, custou US$ 2 bi ao Softbank no 3° tri

Apesar das perdas, Masayoshi Son diz que a maré está mudando e que a empresa tem vitórias em outras frentes

Masayoshi Son busca provar aos investidores que suas apostas ambiciosas e bilionárias em empresas de tecnologia podem gerar ganhos no longo prazo (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

Karin Salomão

Publicado em 12 de fevereiro de 2020 às 10h14.

Se há um ano o SoftBank lucrava com a empolgação em torno de empresas de tecnologia como Uber e WeWork, os resultados divulgados hoje mostram que as apostas arriscadas custaram bilhões ao conglomerado japonês. O lucro da empresa de Masayoshi Son caiu 92% entre outubro e dezembro em relação ao mesmo período do ano anterior, para 24 milhões de dólares.

As perdas do conglomerado japonês vieram principalmente de seu Vision Fund, fundo que investe em 88 companhias como o serviço de transporte Uber, a empresa de aluguel de escritórios WeWork, a plataforma de mensagens Slack, a indiana Oyo de hotelaria, entre outros.

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O fundo apresentou prejuízo de 225 bilhões de ienes, aproximadamente 2,05 bilhões de dólares no trimestre, contra lucro de 176 bilhões de ienes em relação ao mesmo período do ano anterior, ou 1,6 bilhão de dólares.

O resultado desanimador pode abalar a confiança dos investidores em aportes futuros. Em julho do ano passado, o grupo japonês anunciou que levantou 108 bilhões de dólares para um segundo Vision Fund.

Há um ano, Uber e WeWork esperavam levantar bilhões de dólares ao abrir capital na bolsa. Mas o IPO do Uber foi decepcionante e a WeWork cancelou a ida à Bolsa. As duas empresas também enfrentaram questionamentos sobre sua governança e os fundadores foram pressionados a deixar o cargo.

Mudanças à vista

Para o investidor Masayoshi Son, a maré está mudando. A maior perda relacionada ao Uber e WeWork ocorreu no trimestre anterior, quando o Ebit da do Vision Fund foi negativo em 970 bilhões de ienes, ou 8,8 bilhões de dólares. Foi o primeiro prejuízo trimestral do SoftBank em 14 anos.

Segundo ele, o SoftBank tem outras vitórias, desapercebidas por investidores. Por exemplo, na terça-feira um juiz aprovou a fusão entre a Sprint, uma provedora de internet americana, e a competidora T-Mobile, o que as dará mais força na disputa contra rivais como AT&T e Verizon.

O SoftBank também registrou um ganho de 331 bilhões de ienes por conta da listagem do grupo chinês Alibaba na bolsa de Hong Kong.

De maneira geral, os investimentos do fundo geraram ganhos de 9,5 bilhões de dólares desde o início. Cerca de 38 companhias se valorizaram 17,2 bilhões de dólares e 31 empresas tiveram perda de valor, de 7,7 bilhões de dólares. De um custo total de 80,5 bilhões de dólares para realizar os investimentos, o ganho de 9,5 bilhões de dólares representam uma valorização de quase 12%.

O fundo tem investimentos em oito companhias abertas - além do Uber, a plataforma de comunicações Slack e a Guardant Health, de exames de sangue, estão na lista. Essas empresas abertas geraram ganhos de 4,3 bilhões de dólares para o fundo até fevereiro, alta de 3 bilhões de dólares em relação ao trimestre anterior.

Masayoshi Son busca provar aos investidores que suas apostas ambiciosas e bilionárias em empresas de tecnologia podem gerar ganhos no longo prazo, apesar das dificuldades no curto prazo. O mercado parece acreditar. As ações da empresa japonesa subiam quase 12% na manhã de hoje, após a divulgação de resultados.

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