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Venezuela indicará mais militares para cargos na PDVSA

No domingo, Nicolás Maduro nomeou o major-general Manuel Quevedo para comandar a PDVSA e o Ministério do Petróleo

PDVSA: "A ordem dada é para militarizar a PDVSA em áreas essenciais", disse um funcionário da estatal (Marco Bello/Reuters)

PDVSA: "A ordem dada é para militarizar a PDVSA em áreas essenciais", disse um funcionário da estatal (Marco Bello/Reuters)

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Reuters

Publicado em 27 de novembro de 2017 às 15h29.

Caracas  - O general indicado para comandar o setor energético da Venezuela levará mais militares para cargos de primeiro escalão da petroleira estatal PDVSA durante uma grande reformulação concebida para extirpar a corrupção, disseram duas fontes da empresa à Reuters nesta segunda-feira.

No domingo, o impopular presidente de esquerda Nicolás Maduro nomeou o major-general Manuel Quevedo para comandar a PDVSA e o Ministério do Petróleo, dando aos já poderosos militares ainda mais influência no país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Fontes da indústria disseram que a indicação pode acelerar um êxodo de executivos da PDVSA e agravar os problemas operacionais em um momento no qual a produção já sofre com a maior redução em 30 anos.

"A ordem dada é para militarizar a PDVSA em áreas essenciais", disse um funcionário da estatal, pedindo anonimato por não ter autorização para falar à imprensa.

Uma segunda fonte disse ter ouvido que militares assumirão as principais divisões de produção no leste e no oeste da Venezuela.

A PDVSA não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

Quevedo, ex-ministro da Habitação sem experiência conhecida no setor energético, assume seu novo cargo nesta segunda-feira e será empossado formalmente na terça-feira. Ele não é bem conhecido na arena política nacional, mas duas fontes próximas dos militares disseram à Reuters que ele é um aliado de Maduro.

Maduro, cuja popularidade vem despencando em meio a uma crise econômica feroz, vem gradualmente concedendo mais poder aos militares em seu gabinete e em setores-chave, como o de mineração.

Ao contrário de seu popular antecessor, Hugo Chávez, o próprio Maduro não procede do meio militar. A oposição diz que ele foi forçado a comprar a lealdade do Exército, tradicionalmente um mediador de poder na Venezuela, dando-lhes cargos de alto escalão e contratos de negócios polpudos enquanto faz vista grossa à corrupção.

"Os militares são altamente ineficientes em sua administração de todas as estatais", disse o parlamentar oposicionista Ángel Alvarado, prevendo uma deterioração nas operações da PDVSA.

A oposição também acusou Quevedo de violar direitos humanos devido à maneira como a Guarda Nacional lidou com os protestos anti-Maduro.

A nomeação do general preocupou petroleiras estrangeiras presentes na Venezuela, como a norte-americana Chevron e a gigante russa Rosneft, segundo fontes da indústria.

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