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Vendas da Natura só devem crescer no 2º semestre de 2016

De acordo com o copresidente do conselho e cofundador da fabricante de cosméticos, inovações da companhia só terão efeito com melhora do cenário econômico

Leal, da Natura: "demoramos mais do que gostaria para entrar no processo de reinvenção permanente" (Alexandre Severo)

Luísa Melo

Publicado em 13 de dezembro de 2015 às 07h48.

São Paulo - Se tudo correr conforme as expectativas de Guilherme Leal , copresidente do conselho e cofundador da Natura , a empresa só deve voltar a ter vendas crescentes a partir do segundo semestre do ano que vem.

As receitas da fabricante de cosméticos vêm minguando a cada trimestre. No acumulado do ano até setembro, elas somaram 4 bilhões de reais, uma retração de 5,6% na comparação com 2014.

Quanto observado apenas o último trimestre, a queda foi ainda maior, de 9,6% ante o mesmo período do ano passado, chegando a 1,3 bilhão de reais.

De acordo com ele, a Natura tem tomado medidas para reverter esse cenário, mas elas só serão efetivas com a melhora da economia.

"Sempre há espaço para inovar, ser criativo e buscar resultados. Estamos fazendo isso e espero que eles venham o mais rápido possível. Agora, quanto ao quadro econômico, não há nenhuma razão para ser otimista ao longo dos próximos 12 meses", disse.

Ele falou a jornalistas após participar de evento da Abevd (Associação Brasileira das Empresas de Venda Direta), nesta sexta-feira (11), em São Paulo.

Segundo Leal, falta "um norte político" no país e, por isso,  2016 ainda será um ano "muito difícil".

Questionado sobre se é favorável ou não ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, ele disse que não tem opinião formada.

"O que nós precisamos é de um governo com condições de governabilidade. Se ela (Dilma) recuperar a governabilidade, é um caminho. Sem isso, é difícil", afirmou.

Estratégias

Fortalecer as vendas diretas ainda é o principal instrumento da Natura para tentar vender mais. Para isso, ela lançou em 2014 o Rede Natura –portal em que as revendedoras podem oferecer produtos online.

A companhia também passou a disponibilizar às consultoras meios de pagamento por débito ou crédito, por exemplo.

Na ampliação da rede de parceiros, a estratégia tem funcionado. A empresa fechou setembro com 1,337 milhão de consultoras no país, 23.000 a mais do que no mesmo mês de 2014.

A grande novidade anunciada para o ano que vem, entretanto, é a abertura de lojas físicas da marca.

Mais cedo, o presidente da companhia, Roberto Lima, afirmou que 10 delas serão inauguradas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. O projeto começa ainda no primeiro semestre de 2016.

De acordo com Guilherme Leal, tudo isso está sendo feito em função de um melhor atendimento dos clientes.

"Tem consumidores que preferem mais um ou outro tipo de canal de venda e distribuição. O que nós temos que fazer é oferecer essa diversidade a ele".

Ele admite, porém, que essa reestruturação acontece com um pouco de atraso.

"A gente sabe que precisa inovar e se renovar há muitos anos. Mas fazendo uma análise crítica, talvez a gente tenha demorado um pouco mais do que gostaria para entrar nesse processo de reinvenção permanente", disse.

A contratação de Roberto Lima como presidente da companhia, em agosto do ano passado, veio com objetivo de "ajudar a construir essa nova realidade", segundo Leal.

Antes de assumir o comando da Natura, Lima presidiu a Vivo, ajudando-a a chegar ao posto de maior companhia do país. Ele também conduziu a rede de hotéis Accor e a Credicard.

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São Paulo - Se tudo correr conforme as expectativas de Guilherme Leal , copresidente do conselho e cofundador da Natura , a empresa só deve voltar a ter vendas crescentes a partir do segundo semestre do ano que vem.

As receitas da fabricante de cosméticos vêm minguando a cada trimestre. No acumulado do ano até setembro, elas somaram 4 bilhões de reais, uma retração de 5,6% na comparação com 2014.

Quanto observado apenas o último trimestre, a queda foi ainda maior, de 9,6% ante o mesmo período do ano passado, chegando a 1,3 bilhão de reais.

De acordo com ele, a Natura tem tomado medidas para reverter esse cenário, mas elas só serão efetivas com a melhora da economia.

"Sempre há espaço para inovar, ser criativo e buscar resultados. Estamos fazendo isso e espero que eles venham o mais rápido possível. Agora, quanto ao quadro econômico, não há nenhuma razão para ser otimista ao longo dos próximos 12 meses", disse.

Ele falou a jornalistas após participar de evento da Abevd (Associação Brasileira das Empresas de Venda Direta), nesta sexta-feira (11), em São Paulo.

Segundo Leal, falta "um norte político" no país e, por isso,  2016 ainda será um ano "muito difícil".

Questionado sobre se é favorável ou não ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, ele disse que não tem opinião formada.

"O que nós precisamos é de um governo com condições de governabilidade. Se ela (Dilma) recuperar a governabilidade, é um caminho. Sem isso, é difícil", afirmou.

Estratégias

Fortalecer as vendas diretas ainda é o principal instrumento da Natura para tentar vender mais. Para isso, ela lançou em 2014 o Rede Natura –portal em que as revendedoras podem oferecer produtos online.

A companhia também passou a disponibilizar às consultoras meios de pagamento por débito ou crédito, por exemplo.

Na ampliação da rede de parceiros, a estratégia tem funcionado. A empresa fechou setembro com 1,337 milhão de consultoras no país, 23.000 a mais do que no mesmo mês de 2014.

A grande novidade anunciada para o ano que vem, entretanto, é a abertura de lojas físicas da marca.

Mais cedo, o presidente da companhia, Roberto Lima, afirmou que 10 delas serão inauguradas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. O projeto começa ainda no primeiro semestre de 2016.

De acordo com Guilherme Leal, tudo isso está sendo feito em função de um melhor atendimento dos clientes.

"Tem consumidores que preferem mais um ou outro tipo de canal de venda e distribuição. O que nós temos que fazer é oferecer essa diversidade a ele".

Ele admite, porém, que essa reestruturação acontece com um pouco de atraso.

"A gente sabe que precisa inovar e se renovar há muitos anos. Mas fazendo uma análise crítica, talvez a gente tenha demorado um pouco mais do que gostaria para entrar nesse processo de reinvenção permanente", disse.

A contratação de Roberto Lima como presidente da companhia, em agosto do ano passado, veio com objetivo de "ajudar a construir essa nova realidade", segundo Leal.

Antes de assumir o comando da Natura, Lima presidiu a Vivo, ajudando-a a chegar ao posto de maior companhia do país. Ele também conduziu a rede de hotéis Accor e a Credicard.

Lojas físicas

Em momentos de dificuldade econômica, o canal de vendas diretas acaba ganhando mais adeptos, já que serve como complemento de renda e exige quase nenhum investimento para o revendedor.

Recentemente, a Cacau Show anunciou que vai entrar no modelo e que espera que um quarto de sua receita venha das vendas de porta a porta até 2018, por exemplo.

A Natura, porém, faz o movimento inverso, com a abertura das lojas.

"Vamos fazer isso no meio da crise, sim, para que esse novo vetor, esse novo braço da operação, esteja pronto quando ela passar", afirmou Leal.

Ele ressaltou que o plano será colocado em prática com muitos testes e que as lojas serão integradas aos demais canais que a empresa já tem.

"A entrada da Natura do varejo toma tempo. Ela precisa ser experimentada, precisa ser modelada na experiência real. Nós não estamos pensando em dois anos, três anos. Nós estamos pensando na próxima década, pelo menos", disse.

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