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Venda do Patagônia para BB é iminente, dizem fontes

O argentino Banco Patagônia seria vendido nos próximos dias para o Banco do Brasil, afirmaram no fim de semana fontes do mercado na city financeira portenha. Na sexta-feira, o Patagônia emitiu um comunicado no qual indicou que as negociações com o Banco do Brasil "estão muito avançadas". Além disso, a entidade - a quinta do […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

O argentino Banco Patagônia seria vendido nos próximos dias para o Banco do Brasil, afirmaram no fim de semana fontes do mercado na city financeira portenha. Na sexta-feira, o Patagônia emitiu um comunicado no qual indicou que as negociações com o Banco do Brasil "estão muito avançadas". Além disso, a entidade - a quinta do ranking argentino em depósitos e quarta em patrimônio líquido - afirmou que "estima-se que nos próximos dias (ambos lados) poderiam chegar a um acordo que poderia incluir por parte do BB o controle do Banco Patagônia". No final dessa jornada, com os rumores sobre a iminente venda, as ações do Patagônia registraram uma alta de 6,2% na Bolsa de Buenos Aires.

Se a compra for concretizada, esta seria a primeira entidade financeira que o Banco do Brasil adquire fora do território brasileiro, dentro de sua nova estratégia de internacionalização.

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Apesar do significativo desembarque de empresas brasileiras na Argentina principalmente desde 2002 nos mais diversos setores (cimento, têxteis, calçados, frigoríficos, combustíveis, entre outros), a área bancária argentina somente havia sido explorada até agora pelo Banco Itaú, que conta com uma rede de 81 filiais em todo o país, em grande parte decorrente da aquisição do Banco del Buen Ayre em 1998, por US$ 225 milhões.

O Patagônia possui ativos pelo valor de US$ 2,5 bilhões, um patrimônio líquido de US$ 481 milhões e depósitos equivalentes a US$ 1,7 bilhão. Ao redor de 75% das contas correntes do banco estão conectadas ao pagamento de salários e benefícios. O banco conta com 170 agências em toda a Argentina, que possuem 250 caixas eletrônicos.

O Patagônia concentra 463 mil contas de funcionários de 3.323 empresas, principalmente pequenas e médias companhias. O banco administra um milhão de cadernetas de poupança.

A expectativa em Buenos Aires é que o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, assinaria em breve o acordo na capital argentina com os irmãos Ricardo e Jorge Stuart Milne, que controlam 49,9% das ações com direito a voto, além da diretoria do banco.

Atualmente o BB conta com apenas uma filial em Buenos Aires, em pleno coração da city financeira, na esquina das ruas Sarmiento e 25 de Mayo, a quatro quarteirões da Casa Rosada, o palácio presidencial. Presente há décadas em Buenos Aires, o banco jamais foi além desta única sucursal, basicamente dedicada ao atendimento de operações comerciais e da pequena comunidade brasileira na região da capital argentina e sua área metropolitana.

Os analistas financeiros indicam que o mercado argentino é "interessante" para que um banco de grandes dimensões - como o Banco do Brasil - desembarque na Argentina, já que o setor bancário propicia um amplo espaço para expansões no país. No entanto, também ressaltam que o setor financeiro argentino vive sob o intermitente temor sobre os problemas de financiamento do governo.

Segundo Ricardo De Lellis, da consultoria KPMG, o desembarque de bancos brasileiros na Argentina está em sintonia com "a nova dimensão do Brasil" nos mercados de capitais.

Reputação

O Patagônia, criado originalmente nos anos 70 com o nome de Banco Mildesa, conta com boa reputação no mercado argentino, pois passou incólume pela crise financeira de 2001-2002. Após esse conturbado período expandiu-se ao longo da década com a compra das filiais locais do Lloyds TSB e do Sudameris. Ao redor de 56% de suas operações estão concentradas na cidade de Buenos Aires e na província de Buenos Aires. Essa área aglutina 60% do PIB e da população argentina. Nos últimos meses o Patagônia fez um profundo "saneamento" da empresa, de forma a tornar o banco "mais atraente" para o BB.

A família Stuart Milne, que liderada a diretoria do Patagônia, é encarada na city financeira portenha como "alinhada" com o governo da presidente Cristina Kirchner e do ex-presidente Néstor Kirchner. O setor bancário é um dos poucos que não teve confrontos diretos com o casal Kirchner.

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