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Venda de fatia da Petrobras exige acordo, diz Parente

"Essa discussão precede a venda. Temos que preservar o interesse da Petrobras", disse presidente da empresa

Pedro Parente: "essa discussão precede a venda. Temos que preservar o interesse da Petrobras", disse presidente da empresa (Adriano Machado / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2016 às 18h08.

Última atualização em 4 de abril de 2017 às 14h58.

São Paulo - A saída da Petrobras de investimentos no setor petroquímico, caso da Braskem , está dentro de seu planejamento estratégico, mas o encaminhamento desse assunto precisará passar ainda por uma discussão sobre o acordo de acionistas da Braskem, disse nesta segunda-feira, 26, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, em coletiva de imprensa após apresentação do plano de negócios realizada na tarde de hoje na Fiesp.

"Essa discussão precede a venda. Temos que preservar o interesse da Petrobras", disse Parente. Segundo ele, como não é possível saber quando essa discussão será concluída, não é possível dar um prazo para a venda da Braskem.

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O plano de negócios da Petrobras prevê arrecadar US$ 19,5 bilhões com a venda de ativos e parcerias entre 2017 e 2018.

A companhia é um dos melhores ativos dentro do programa de desinvestimento da Petrobras, que divide o controle da empresa ao lado da Odebrecht.

A Petrobras possui 47% do capital votante da Braskem, ao passo que a Odebrecht possui 50,1% das ações com direito a voto. Até o momento, a Odebrech não teria interesse em se desfazer desse ativo e, conforme fontes, esse tem sido um empecilho para a Petrobras efetuar esse desinvestimento.

Investment grade

Parente disse que a meta da companhia é ter o investment grade o mais rápido possível. De acordo com ele, uma alavancagem de até 2,5x, como é a meta da estatal para 2018, permitiria que a companhia recuperasse a nota. "Mas essa não é uma decisão nossa", disse.

Mais cedo, Parente havia comentado que a meta de alavancagem foi antecipada em dois anos. De acordo com ele, a Petrobras não pode mais continuar com o pagamento de juros diante de uma alavancagem fora do considerado saudável.

"A alavancagem supera hoje as 5 vezes por ações que não trazem resultados para a empresa e investimentos que se mostram com custo acima dos projetos, incluindo a não geração de receitas", acrescentou.

BNDES

Não há, neste momento, nenhuma nova demanda para tomada de recursos pela Petrobras no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), disse Parente. O executivo lembrou que o banco de fomento é um dos principais credores da empresa.

O executivo destacou que a Petrobras está em processo de desalavacagem e que, nesse sentido, é de se esperar que a exposição da Petrobras na carteira do BNDES seja reduzida com o passar do tempo, mas frisou que não ha nenhuma pressão nesse sentido.

Parente disse ainda que a Petrobras fará uma apresentação de seu plano de negócios 2017-2021 no BNDES e que isso já foi combinado com a presidente da instituição, Maria Silvia Bastos Marques

Térmicas

Parente disse ainda que quer discutir com o governo o modelo de remuneração das térmicas. Ele lembrou que as usinas da estatal são importantes para dar segurança ao sistema elétrico e foram despachadas por bastante tempo durante o momento de escassez de água, mas, agora que esse momento passou, as usinas não estão sendo despachadas e portanto não geram receita.

"Precisamos lidar com esse assunto com as autoridades do governo, para ver como é possível encaminhar essa discussão de tal sorte que empresas com um parque de geração que é muito importante do ponto de vista de segurança de suprimento continuem se sentido estimuladas a manter esse parque", disse.

Ainda no setor elétrico, Parente foi questionado sobre a possibilidade de venda de usinas eólicas que estão no portfólio da estatal, mas foi evasivo: "Vamos nos concentrar nos primeiros anos na área de óleo e gás."

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