Venda de distribuidoras da Eletrobras possui riscos, diz Moody's
Companhia, que no ano passado privatizou a distribuidora goiana Celg-D, se comprometeu a deixar totalmente o segmento de distribuição até o final deste ano
Reuters
Publicado em 22 de fevereiro de 2017 às 13h45.
Última atualização em 22 de fevereiro de 2017 às 13h47.
São Paulo - A estatal Eletrobras poderá enfrentar grandes desafios para cumprir sua meta de vender ainda neste ano seis distribuidoras de eletricidade que atuam no Norte e Nordeste do país, afirmou a agência de classificação de riscos Moody's em relatório sobre o plano de negócios da estatal para o período 2017-2021 divulgado nesta quarta-feira.
A Eletrobras, que no ano passado privatizou a distribuidora goiana Celg-D, assumiu o compromisso de deixar totalmente o segmento de distribuição até o final deste ano, além de promover outras vendas de ativos para reduzir dívidas, como imóveis e participações em usinas e linhas de energia.
"A privatização das distribuidoras também enfrenta riscos de execução devido a fundamentos econômicos desafiadores dessas concessões. Apesar do sucesso no leilão da Celg-D, em novembro de 2016, nós somos céticos quanto à licitação das outras seis distribuidoras até o final do ano", afirma a Moody's.
Essas empresas que a Eletrobras pretende vender atuam em Acre, Alagoas, Amazonas, Rondônia, Roraima e Piauí.
"Localizadas em regiões com economias menos robustas, essas companhias podem exigir investimentos significativos para melhorar a confiabilidade e a qualidade do serviço, o que gera incerteza para os potenciais interessados", diz a agência.
A Eletrobras pretende obter 4,6 bilhões de reais com vendas de ativos, e a Moody's estima que metade do valor poderia ser obtida neste ano e metade em 2018.
Apesar disso, a situação da elétrica deve começar a melhorar apenas no ano que vem, segundo a agência.
"Não esperamos mudanças materiais nas metas de crédito ao longo dos próximos 12 a 18 meses. A alavancagem vai provavelmente seguir alta em 2017, conforme os benefícios com economias de recursos devem ser mais visíveis a partir apenas de 2018 e depois", afirma o relatório.