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Varejo formal cria instituto para influir na reforma trabalhista

Associados ao Instituto de Desenvolvimento do Varejo reúnem 28% das vendas do setor no país

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Um grupo de redes varejistas lançou nesta sexta-feira (27/8) o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) em evento com a presença do ministro Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. "É uma representação do varejo formal, que registra funcionário e vende com nota fiscal", afirma Flavio Rocha, presidente da entidade e vice-presidente do Grupo Riachuelo/Guararapes. Além da Riachuelo, o IDV tem mais 15 sócios fundadores: Grupo Pão de Açúcar, Carrefour, Casas Bahia, Magazine Luiza, Lojas Marisa, Pernambucanas, Boticário, Ponto Frio, Renner, Telhanorte, C&C, Leroy Merlin, Insinuante, Paquetá e Dpaschoal. Como associadas, ainda, constam Wal-Mart, Sonae, C&A, Colombo, Grupo Dimed-Panvel e Itapuã Calçados. Ao todo, o IDV representa 28% das vendas do setor no país e emprega 260 mil pessoas em 5,8 mil lojas, com faturamento conjunto de 65 bilhões de reais.

De certa forma, o que motiva os empresários que fundaram o IDV é um mea culpa. "Fomos omissos na discussão das reformas trabalhista e tributária e, a partir de agora, não vamos mais errar por omissão, um erro grave", diz Luiza Helena Trajano, vice-presidente do IDV e superintendente do Magazine Luiza. "Há males que vêm para bem. Talvez tenha sido um pecado das entidades de varejo, que representam um universo muito grande", afirma Rocha, para quem a admissão do problema pôde gerar um espaço adequado para os varejistas legais. "Não se discute reforma tributária num fórum contaminado pela informalidade. O informal torce por aumento de tributos, porque aí ele fica ainda mais competitivo", diz Rocha. "O IDV é uma representação parcial, mas com visão monolítica."

As propostas do IDV para a reforma trabalhista não foram anunciadas, mas Luiza deixou claro que o tema é uma das prioridades da entidade. "Varejo é como construção civil, é onde se consegue o primeiro emprego." Em discurso proferido na presença do ministro Furlan, Rocha atacou a proposta de reforma sindical do Fórum Nacional de Trabalho por inibir a criação de sindicatos livres, defendeu uma legislação mínima de proteção de direitos trabalhistas que dê espaço para a negociação coletiva e condenou o condicionamento de abertura do comércio aos domingos à celebração de convenção de trabalho. Segundo Rocha, o funcionamento no domingo implica um adicional de 15% do nível de emprego no comércio. "É um crime contra o emprego a imposição de barreiras artificiais ao ato de comerciar nestes dias em um período de expansão econômica."

Outros fóruns

De acordo com a superintendente do Magazine Luiza não há conflito entre a proposta do instituto e as demais associações do setor varejista. "Não é para competir, é para conduzir estudos, aprofundar os temas. Tanto é assim que nosso próximo passo será almoçar com todos os presidentes de sindicatos e associações de varejo", afirma. O IDV também reivindicou ao ministro Furlan a criação de uma secretaria específica de comércio no Ministério do Desenvolvimento.

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