Empresas no Brasil e na Colômbia adotaram a Black Friday de maneira bastante direta nos últimos anos (Reprodução/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2019 às 06h00.
Última atualização em 28 de novembro de 2019 às 07h00.
Agora, não são apenas consumidores dos Estados Unidos que correm para as lojas e sites em busca de barganhas na sexta-feira seguinte ao Dia de Ação de Graças.
Embora a Black Friday, que geralmente cai na quarta sexta-feira de novembro, seja um dia de trabalho normal na maior parte do mundo, isso não impede que varejistas aproveitem o apelo da tradição americana. Os descontos oferecidos em novembro são cada vez mais atraentes fora dos EUA - como na Colômbia, Hungria e Paquistão -, pois as empresas usam a fórmula da Black Friday para impulsionar as vendas no fim do ano.
Mas por que alguns países só estão entrando na onda agora? A resposta é simples: comércio eletrônico. Com o maior acesso global à Internet, um número crescente de consumidores não precisa mais sair do escritório (ou de casa) para fazer uma compra. E, com a tradição cada vez mais popular, pessoas de todos os lugares estão ansiosas para estocar produtos com desconto.
Veja a seguir onde a Black Friday é mais popular e onde compete com as tradições locais.
O México importou a tradição, mas imprimiu sua própria marca e datas ligeiramente diferentes. Em 2011, o governo mexicano fez uma parceria com grupos empresariais locais para lançar o “El Buen Fin” (“O Bom Fim de Semana”) como um evento anual de vendas que coincide com o fim de semana do Dia da Revolução no final de novembro. Tem sido um sucesso, com lojas repletas de consumidores e cenas frenéticas que são típicas nos EUA na sexta-feira seguinte ao Dia de Ação de Graças. As vendas durante o longo fim de semana aumentaram em média 15% ao ano desde o início da promoção e devem atingir 120 bilhões de pesos em 2019 (cerca de US$ 6,2 bilhões), segundo estudo publicado pelo jornal mexicano “El Economista”.
A tradição anual de compras de fim de ano do Reino Unido - o Boxing Day, em 26 de dezembro - não impediu os varejistas locais de promover a Black Friday e a Cyber Monday. Uma pesquisa da Oliver Wyman mostra que 89% dos consumidores do Reino Unido planejam comprar on-line nesse período - mas apenas 11% planejam fazer compras exclusivamente nas lojas que, no entanto, ficam mais lotadas no tradicional Boxing Day, quando consumidores normalmente devolvem presentes indesejados e aproveitam a visita para comprar novos itens.
A China, onde o Alibaba lidera o setor de varejo, pode ter superado os EUA. Em pouco mais de uma década, o gigante do comércio eletrônico transformou o Dia dos Solteiros, uma comemoração peculiar chinesa iniciada em 2009, no maior evento de compras do mundo, atraindo centenas de milhares de pessoas globalmente. Rivais como JD.com e Pinduoduo aderiram. Sozinho, o Alibaba registrou mais de US$ 38 bilhões em vendas este ano no período de 24 horas.
Empresas no Brasil e na Colômbia adotaram a Black Friday de maneira bastante direta nos últimos anos, fazendo promoções para consumidores on-line e em lojas físicas. Na Colômbia, um dia não foi suficiente, por isso alguns varejistas agora têm “Black Days”, período que começa em 7 de novembro e termina em 3 de dezembro. No Brasil, os varejistas também promovem o “Black November” e a “Black Week”. A unidade do Google até monta um “war room” todos os anos para descobrir maneiras de aumentar as vendas on-line de clientes e ajudar a evitar problemas no site.
Juntamente com o Reino Unido, a Índia pode ser um dos poucos países a ter uma tradição que antecede a Black Friday - neste caso, há séculos. O pico das compras acontece dois dias antes do Diwali, o festival de luzes celebrado em outubro e novembro por mais de 900 milhões de hindus do país. Chamado de Dhanteras, o dia é considerado o momento ideal para a compra de ouro, carros, eletrodomésticos ou para iniciar empreendimentos, pois o festival está associado à riqueza e à prosperidade. Muitas lojas permanecem abertas até a meia-noite. Empresas oferecem altos descontos e alguns consumidores tiram uma folga do trabalho para fazer compras.
--Com a colaboração de Swansy Afonso, Andrea Jaramillo, Fabiola Moura, Eric Pfanner, John Lauerman e Faseeh Mangi.