Petrobras: empresa voltou a contar com a confiança dos investidores, que, neste início de ano, já pagam pela ação valor equivalente ao do período pré-crise (Paulo Whitaker/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de maio de 2018 às 20h30.
Rio - A Petrobras nunca foi tão valorizada pelo mercado financeiro quanto neste ano. Em bolsa, atingiu valor de mercado recorde no dia 30 de abril, de R$ 311,9 bilhões. Os sinais de superação da crise também estão refletidos no resultado financeiro de janeiro a março, de R$ 6,9 bilhões. Esse foi o melhor desempenho trimestral desde 2013, quando a existência de um esquema de corrupção envolvendo funcionários, fornecedores e políticos ainda era desconhecida.
"A Petrobras é uma empresa muito diferente daquela que existia quando as coisas da Lava Jato (Operação da Polícia Federal) aconteceram", disse o presidente da companhia, Pedro Parente, ao divulgar as demonstrações contábeis.
Denúncias de desvio de dinheiro público vieram à tona em 2014 e levaram a estatal a reconhecer perda de R$ 6 bilhões com o superfaturamento de projetos. Até então, a Petrobras valia R$ 310 bilhões.
Com o avanço das delações premiadas, insegurança política e descrença quanto à sua capacidade de pagar dívidas, além da queda do preço do petróleo, seu valor de mercado despencou. No pior momento, em janeiro de 2016, chegou à mínima de R$ 67,8 bilhões.
Passados quatro anos de reestruturação interna, corte de custos e venda de ativos, a Petrobras voltou a contar com a confiança dos investidores, que, neste início de ano, já pagam pela ação valor equivalente ao do período pré-crise. "Com esse resultado, consolidamos a trajetória de recuperação da Petrobras", afirmou Parente.