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Vale vende dez navios de transporte de minério

Com venda, empresa pretende fretar navios para transporte de minérios, preservando a capacidade atual sem riscos associados às operações


	Navio no porto de Santos: Vale afirma que venda de ativos elimina riscos de propriedade e operação
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Navio no porto de Santos: Vale afirma que venda de ativos elimina riscos de propriedade e operação (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2012 às 10h53.

Rio - A Vale anunciou na sexta-feira a venda, por US$ 600 milhões, de dez navios mineraleiros para a Polaris Shipping Co., empresa com base na Turquia. Com a operação, a mineradora dá mais um passo para executar o plano de se desfazer de ativos de navegação e passar a fretar os navios que precisa usar. Juntamente com a transação, a Vale já fechou contrato de longo prazo com a Polaris para usar os navios.

Em nota, a companhia informa que, além de liberar capital, a transação preserva a capacidade da Vale de transporte marítimo de minério de ferro, com os navios à disposição, mas eliminando os riscos de propriedade e operação. As embarcações envolvidas no negócio, antigos petroleiros convertidos em graneleiros, têm capacidade para transportar 300 mil toneladas e foram comprados pela Vale em 2009 e 2010.

No ano passado, a empresa anunciou mudanças na estratégia de logística, ao indicar uma preferência por investir em projetos voltados à mineração, e não na compra de navios. Além disso, a Vale tem enfrentado dificuldades para ter acesso aos portos chineses com seus supercargueiros, cuja capacidade supera à dos navios vendidos nesta sexta-feira em 100 mil toneladas.

Investimentos

A saída da Vale desses ativos acontece em um momento em que a companhia precisa concentrar esforços para investir em projetos de grande porte, que exigem um grande fôlego financeiro, como o de Serra Sul, no Pará, orçado em US$ 19,5 bilhões. Com a recente queda livre no preço do minério de ferro, a Vale ficou mais perto do limite de viabilidade econômica de seus investimentos.

Um cálculo feito pelo consultor Luciano Borges, da Adhoc, revela que, se a cotação do insumo chegar aos US$ 70 por tonelada, os projetos de expansão da companhia podem não sair do papel. Até mesmo Serra Sul, considerado "intocável" pelo presidente da mineradora, Murilo Ferreira.

"Ela (a Vale) pode até pensar em colocar um projeto de pé com o minério a US$ 80, mas, abaixo de US$ 70, acho muito difícil", afirma o consultor.

Nesta sexta-feira, o insumo foi negociado a US$ 88,70 por tonelada, o nível mais baixo desde 30 de outubro de 2009. O pico de preço foi registrado no ano passado, quando o minério chegou a ser comercializado a quase US$ 200 por tonelada no mercado à vista chinês. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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