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Vale tenta melhorar governança ao eleger novo conselho

Nova chapa, que será submetida à votação nesta terça-feira, troca cinco dos 12 conselheiros antigos e adiciona um independente

Vale: objetivo da mudança é aumentar a diversidade de perfis (Washington Alves/Reuters)

Vale: objetivo da mudança é aumentar a diversidade de perfis (Washington Alves/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2019 às 06h34.

Última atualização em 30 de abril de 2019 às 06h48.

Depois de um começo de ano marcado por fortes críticas após o rompimento de barragens que deixaram mais de 200 mortos em Brumadinho, Minas Gerais, a mineradora Vale tenta melhorar sua governança corporativa com a eleição, nesta terça-feira, de um novo conselho de administração.

O conselho tem como funções servir de apoio à diretoria executiva, fiscalizar o seu trabalho e pensar em estratégias de longo prazo. Ao falhar em evitar o segundo rompimento de barragem em pouco mais de três anos, o conselho atual teve toda a sua atuação questionada. Mesmo que, entre 2015 e 2018, um prejuízo de 44,2 bilhões de reais tenha se transformado em lucro de 25,6 bilhões.

Proposta pelos maiores acionistas, a nova chapa, que será submetida hoje à votação de todos os investidores, troca cinco dos 12 conselheiros antigos e adiciona um independente. O objetivo da mudança é aumentar a diversidade de perfis. A formação anterior foi bastante criticada por privilegiar executivos com formação financeira. Agora, o número de conselheiros com conhecimento prático em mineração passou de três para quatro.

Os minoritários não estão contentes com os nomes indicados, entretanto. Um grupo de investidores que inclui Lírio Parisotto e Victor Adler, conhecidos pelo ativismo, conseguiu votos suficientes para pedir que a seleção se dê nome a nome, e não pela chapa. Colocou também na lista o nome de Patricia Bentes, consultora e professora de administração que já foi conselheira da Cemig, da Light e da Renova. Esses pequenos investidores querem participar mais da gestão da empresa, hoje comandada pelos maiores sócios, incluindo a Previ, que administra o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, e o Bradesco.

Cerca de dez acionistas organizados no movimento Atingidos pela Vale também estarão presente na assembleia desta terça-feira para votar contra a aprovação do relatório da administração da companhia referente ao ano de 2018, documento que trata essencialmente das demonstrações financeiras. Eles criticam a falta de informações prestadas pela mineradora sobre os trabalhos dos comitês criados após a tragédia em Brumadinho, dentre eles o comitê que atua especificamente no tema da segurança de barragens. Se a trajetória recente da Vale tem tantas falhas, está nas mãos dos conselheiros escrever uma nova história.

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