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Vale reavalia venda de ativos para ficar com gás

Empresa quer manter áreas de gás natural com vistas às suas necessidades de consumo de energia

Sede da mineradora Vale, no Rio de Janeiro (Sérgio Moraes/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2012 às 14h58.

Moju - A Vale decidiu remodelar a venda de ativos de hidrocarbonetos de maneira a manter áreas de gás natural com vistas às suas necessidades de consumo de energia, afirmou nesta terça-feira a diretora de Sustentabilidade da mineradora, Vânia Somavilla.

Em linha com a estratégia de desinvestimentos de ativos que fogem a seus projetos principais, a mineradora informou no começo deste ano que pretendia se desfazer de participações de blocos de petróleo e gás, alegando que os investimentos necessários ao desenvolvimento das áreas seria muito elevado.

Desde então, a perspectiva do mercado era de que a venda desses ativos fosse acontecer de forma casada, o que parece ter ficado para trás nos planos da empresa.

"Os projetos de exploração de petróleo são intensivos em capital; nosso foco é em gás... Estamos revisitando justamente isso de forma que permaneça a nossa estratégia de manter investimentos na área de gás", afirmou a diretora, minutos antes da inauguração da primeira usina de produção de óleo de palma da Vale, no município de Moju, no Pará.

Na ocasião, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse que a companhia contratou dois bancos para auxiliar a Vale no destino de suas participações em blocos de petróleo e gás. A companhia possui 19 áreas, dos quais 14 já foram perfuradas e apresentaram cinco descobertas nas bacias de Santos e Espírito Santo.

"Temos em mente que nosso foco é minério de ferro, níquel, cobre, carvão e fertilizantes", afirmou Ferreira, justificando a estratégia de vender ativos.

Mas a diretora destacou que a companhia precisa de gás para produção da energia usada em suas operações.

Dessa forma, a venda de ativos de hidrocarbonetos poderá se limitar a petróleo, acrescentou Vânia.

A companhia informou em maio que bancos de investimentos contataram a empresa dizendo que tinham interessados para os ativos de petróleo.

Argentina

O diretor global de Energia da Vale, João Coral, disse durante o mesmo evento que as preocupações sobre o projeto Rio Colorado, na Argentina, que foi colocado sob revisão, passam por uma parceria com a YPF, nacionalizada pelo governo do país.


"A gente está um pouco preocupado com essa questão da estatização da YPF, mas com todo trabalho que a gente tem visto, pelo empenho do governo local, as operações continuam normais, a gente está muito confiante", disse o diretor.

Em seguida, o executivo amenizou: "Não temos problema nenhum, problema zero, os compromissos estão sendo cumpridos à risca".

A parceria da Vale com a YPF deverá sustentar o fornecimento de gás para a produção de energia para Rio Colorado.

Segundo Coral, a Vale pretende delimitar até o final do ano reservas de gás na Argentina em projeto em parceria com a YPF.

No início de junho, a Vale informou estar confiante de que vai superar os obstáculos que levaram a empresa a reavaliar o projeto Rio Colorado, um empreendimento de potássio de quase 6 bilhões de dólares já em andamento na Argentina.

30% de autoprodução

A diretora de Sustentabilidade da Vale frisou a necessidade da Vale de investir em fontes de energia renováveis, a exemplo do projeto de biodiesel que está sendo erguido a partir de óleo de palma no Pará, um empreendimento de 500 milhões de dólares que a companhia está construindo em área degradada da floresta amazônica.

Com o projeto implantado no Pará com previsão de transformar o óleo de palma em biodiesel em 2015, a empresa vai substituir parte do diesel que consome pelo biocombustível.

Mas a executiva disse que outras fontes deverão ser acrescentadas, além de fontes consideradas mais limpas, como o gás, que não polui tanto como o diesel e o óleo combustível - a Vale informou consome 3 por cento de todo o óleo diesel demandado no país.

Como parte dos investimentos em energia renovável, a Vale e a australiana Pacific Hydro anunciaram na semana passada a formação de uma joint venture em energia eólica e deverão investir 650 milhões de reais em dois parques no Rio Grande do Norte.

"Gás é um combustível de transição, ninguém consegue passar direto para energia renovável de uma hora para outra", afirmou.

A maior produtora de minério de ferro do mundo já produz 30 por cento de toda a energia que precisa para tocar seus projetos em todo o mundo.

No Brasil, onde possui participação em nove hidrelétricas, incluindo projetos, a Vale gera 50 por cento da energia que demanda.

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Moju - A Vale decidiu remodelar a venda de ativos de hidrocarbonetos de maneira a manter áreas de gás natural com vistas às suas necessidades de consumo de energia, afirmou nesta terça-feira a diretora de Sustentabilidade da mineradora, Vânia Somavilla.

Em linha com a estratégia de desinvestimentos de ativos que fogem a seus projetos principais, a mineradora informou no começo deste ano que pretendia se desfazer de participações de blocos de petróleo e gás, alegando que os investimentos necessários ao desenvolvimento das áreas seria muito elevado.

Desde então, a perspectiva do mercado era de que a venda desses ativos fosse acontecer de forma casada, o que parece ter ficado para trás nos planos da empresa.

"Os projetos de exploração de petróleo são intensivos em capital; nosso foco é em gás... Estamos revisitando justamente isso de forma que permaneça a nossa estratégia de manter investimentos na área de gás", afirmou a diretora, minutos antes da inauguração da primeira usina de produção de óleo de palma da Vale, no município de Moju, no Pará.

Na ocasião, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse que a companhia contratou dois bancos para auxiliar a Vale no destino de suas participações em blocos de petróleo e gás. A companhia possui 19 áreas, dos quais 14 já foram perfuradas e apresentaram cinco descobertas nas bacias de Santos e Espírito Santo.

"Temos em mente que nosso foco é minério de ferro, níquel, cobre, carvão e fertilizantes", afirmou Ferreira, justificando a estratégia de vender ativos.

Mas a diretora destacou que a companhia precisa de gás para produção da energia usada em suas operações.

Dessa forma, a venda de ativos de hidrocarbonetos poderá se limitar a petróleo, acrescentou Vânia.

A companhia informou em maio que bancos de investimentos contataram a empresa dizendo que tinham interessados para os ativos de petróleo.

Argentina

O diretor global de Energia da Vale, João Coral, disse durante o mesmo evento que as preocupações sobre o projeto Rio Colorado, na Argentina, que foi colocado sob revisão, passam por uma parceria com a YPF, nacionalizada pelo governo do país.


"A gente está um pouco preocupado com essa questão da estatização da YPF, mas com todo trabalho que a gente tem visto, pelo empenho do governo local, as operações continuam normais, a gente está muito confiante", disse o diretor.

Em seguida, o executivo amenizou: "Não temos problema nenhum, problema zero, os compromissos estão sendo cumpridos à risca".

A parceria da Vale com a YPF deverá sustentar o fornecimento de gás para a produção de energia para Rio Colorado.

Segundo Coral, a Vale pretende delimitar até o final do ano reservas de gás na Argentina em projeto em parceria com a YPF.

No início de junho, a Vale informou estar confiante de que vai superar os obstáculos que levaram a empresa a reavaliar o projeto Rio Colorado, um empreendimento de potássio de quase 6 bilhões de dólares já em andamento na Argentina.

30% de autoprodução

A diretora de Sustentabilidade da Vale frisou a necessidade da Vale de investir em fontes de energia renováveis, a exemplo do projeto de biodiesel que está sendo erguido a partir de óleo de palma no Pará, um empreendimento de 500 milhões de dólares que a companhia está construindo em área degradada da floresta amazônica.

Com o projeto implantado no Pará com previsão de transformar o óleo de palma em biodiesel em 2015, a empresa vai substituir parte do diesel que consome pelo biocombustível.

Mas a executiva disse que outras fontes deverão ser acrescentadas, além de fontes consideradas mais limpas, como o gás, que não polui tanto como o diesel e o óleo combustível - a Vale informou consome 3 por cento de todo o óleo diesel demandado no país.

Como parte dos investimentos em energia renovável, a Vale e a australiana Pacific Hydro anunciaram na semana passada a formação de uma joint venture em energia eólica e deverão investir 650 milhões de reais em dois parques no Rio Grande do Norte.

"Gás é um combustível de transição, ninguém consegue passar direto para energia renovável de uma hora para outra", afirmou.

A maior produtora de minério de ferro do mundo já produz 30 por cento de toda a energia que precisa para tocar seus projetos em todo o mundo.

No Brasil, onde possui participação em nove hidrelétricas, incluindo projetos, a Vale gera 50 por cento da energia que demanda.

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