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Vale realiza obras para conter lama da barragem de Cocais

O texto diz que "o objetivo é reduzir os possíveis impactos às pessoas e ao meio ambiente no caso de rompimento da estrutura"

Extração na mina de Brucutu, da Vale, em Barão dos Cocais (Dado Galdieri/Bloomberg)

Extração na mina de Brucutu, da Vale, em Barão dos Cocais (Dado Galdieri/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de maio de 2019 às 18h01.

Belo Horizonte - A Vale iniciou obras para erguer um muro e tentar conter a lama da barragem da mineradora em Barão de Cocais (MG) caso a estrutura se rompa. A empresa afirma ter começado na última quinta-feira, 16, a terraplenagem para a "construção da contenção em concreto". As obras estão sendo feitas a seis quilômetros da barragem, entre a estrutura e a cidade de Barão de Cocais.

A barragem da Vale no município, chamada Superior Sul, teve declarado nível de segurança 3 em 22 de março, depois de auditores se negarem a emitir laudo de estabilidade para a estrutura. O status significa que a represa pode ruir a qualquer momento. Menos de dois meses depois, no último dia 13, a mineradora informou as autoridades que o talude da mina de Gongo Soco, que fica a 1,5 quilômetro da barragem, corre risco de sofrer deslizamento.

Caso isso ocorra, existe a possibilidade de que a queda do material provoque abalo sísmico com intensidade suficiente para provocar o rompimento da estrutura.

"Além dessa estrutura que, após concluída, fará a retenção de grande parte do volume de rejeitos da barragem Sul Superior em caso de rompimento, a Vale está realizando intervenções de terraplenagem, contenções com telas metálicas e posicionamento de blocos de granito. Essa obra atuará como barreira física no sentido de reduzir a velocidade de avanço de uma possível mancha, contendo o espalhamento do material a uma área mais restrita", diz a empresa, em nota.

O texto afirma ainda que "o objetivo é reduzir os possíveis impactos às pessoas e ao meio ambiente no cenário extremo de um rompimento da estrutura. Em função da intervenção, haverá um aumento na circulação de caminhões e equipamentos pela cidade com destino à mina de Gongo Soco, o que poderá causar eventuais transtornos ao trânsito".

A construção do muro foi admitida pela Defesa Civil de Minas Gerais durante reunião preparatória para o primeiro simulado de rompimento de barragem, ocorrido em Barão de Cocais em 25 de março. À época, porém, a empresa não confirmou que realizaria a obra. Conforme informações obtidas pelo Ministério Público junto à Vale, o talude da mina de Gongo Soco pode sofrer deslizamento entre hoje, 19, e o próximo dia 25.

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