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Vale pede que governo vete alterações no Novo Código de Mineração

A mineradora pede que o governo vete questões do novo texto, acenando com uma possível judicialização por parte das empresas do setor

Vale: "A aplicação de imposto sobre transporte e sobre uma atividade industrial como a pelotização fere a Constituição Brasileira" (Pilar Olivares/Reuters/Reuters)

Vale: "A aplicação de imposto sobre transporte e sobre uma atividade industrial como a pelotização fere a Constituição Brasileira" (Pilar Olivares/Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de novembro de 2017 às 18h26.

Rio - As mudanças feitas pelo Congresso Nacional na proposta original do novo Código da Mineração - que altera a alíquota da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), o royalty da mineração -, vão comprometer a competitividade da Vale, disse a companhia em um comunicado nesta quinta-feira, 23.

A mineradora pede que o governo vete questões do novo texto, acenando com uma possível judicialização por parte das empresas do setor.

"A aplicação de imposto sobre transporte e sobre uma atividade industrial como a pelotização - sobre a qual já incide, inclusive, IPI - fere a Constituição Brasileira, gerando insegurança jurídica, já que o setor mineral buscará seus direitos no âmbito judicial", afirmou em nota.

No projeto original sobre o novo Código da Mineração, destaca a Vale, a alíquota progressiva previa um aumento no tributo quando o preço do minério de ferro no mercado internacional estivesse mais alto e, no sentido inverso, um patamar como o praticado atualmente no caso de preço baixo.

Minas de alto custo

"Diante da enorme pressão dos municípios, o Congresso Nacional fez modificações profundas no texto original, tendo como resultado um modelo que afeta a nossa competitividade especialmente em um momento de preços mais deprimidos, assim como compromete a manutenção e operação de minas de alto custo", afirmou.

Na quarta, o Senado aprovou a Medida Provisória que muda os royalties da mineração. A proposta aumenta a alíquota do minério de ferro de 2% sobre a receita líquida para 3,5% para o faturamento bruto da empresa. O texto segue agora para sanção presidencial.

A Vale afirmou ainda que já enfrenta desvantagem no mercado internacional, por ter uma carga tributária superior às concorrentes e estar mais distante do mercado consumidor.

Segundo a companhia, enquanto as principais concorrentes ficam a 10 dias do principal mercado consumidor de minério de ferro, a Ásia, o Brasil está a 45 dias de distância.

"Temos esperança que o governo federal reconhecerá a importância de uma grande geradora de empregos, renda e tributos como a Vale manter a competitividade global, vetando os excessos que foram cometidos pelo Congresso e que descaracterizaram a proposta original do governo", finaliza a mineradora, ressaltando que a criação de uma Agência Nacional da Mineração foi uma decisão acertada, que valoriza o setor e pode fomentar investimentos na área.

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