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Vale espera reparar danos do desastre da Samarco em dois anos

O rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015, deixou 19 mortos e poluiu o importante rio Doce

Mariana (MG): as operações da Samarco estão paralisadas desde o desastre de 2015 (Ricardo Moraes/Reuters)

Mariana (MG): as operações da Samarco estão paralisadas desde o desastre de 2015 (Ricardo Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de janeiro de 2018 às 18h29.

São Paulo - Os danos causados pelo rompimento de uma barragem da mineradora Samarco em Minas Gerais, no fim de 2015, deverão estar reparados dentro de dois anos, quando terá sido concluída a reconstrução das casas atingidas e realizados programas de recuperação do ambiente, prometeu nesta terça-feira o presidente da Vale, Fabio Schvartsman.

A brasileira Vale é dona da joint venture Samarco em parceria com a anglo-australiana BHP Billiton.

O rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015, deixou 19 mortos e poluiu o importante rio Doce, que percorre diversas cidades até atingir o mar do Espírito Santo, no que foi considerado o maior desastre ambiental da história brasileira.

As operações da Samarco estão paralisadas desde então, e Vale e BHP criaram uma instituição autônoma e independente, a Fundação Renova, para cuidar das tarefas relacionadas às compensações pelo incidente.

"A Renova é uma história extraordinária, ninguém tem noção do que é esse trabalho de recuperação... prestem atenção no que vai acontecer esse ano e ano que vem. Todas casas destruídas terão sido reconstruídas e entregues aos proprietários, todas as indenizações terão sido pagas, todo processo de recuperação do meio ambiente afetado pelo desastre estará sendo atendido", afirmou Schvartsman, durante apresentação em evento do banco Credit Suisse em São Paulo.

O executivo, que tomou posse como presidente da Vale em maio de 2017, afirmou, sem citar números, que os trabalhos de recuperação serão algo "jamais feito no mundo inteiro".

O diretor de relações com investidores da Vale, André Figueiredo, disse há duas semanas que a empresa colocou 1,4 bilhão de reais em ações de compensação da tragédia, enquanto a BHP teria aportado valor semelhante.

Nesta terça-feira, Schvartsman disse que as vidas perdidas na tragédia não serão recuperadas, mas prometeu que as casas destruídas pela lama que escapou pela barragem e o meio ambiente ficarão "melhores do que estavam antes" após o final dos trabalhos em andamento pela Fundação Renova.

O executivo reforçou ainda que Vale e BHP seguem em conversas sobre o futuro da Samarco e disse que a única certeza neste momento é que as duas empresas querem viabilizar a retomada das operações da empresa.

"Vale e BHP conversam o tempo todo, temos um entendimento comum em relação às necessidades da Samarco", disse, sem detalhar.

Sustentabilidade

O presidente da Vale também prometeu empenho pessoal para assegurar sustentabilidade nas operações da companhia e das regiões em que ela opera.

"Não é possível uma empresa que nem a Vale, que tem a pujança que ela tem, ser cercada de pobreza e miséria de todos os lados, de devastação ambiental... a Vale tem responsabilidade de trabalhar para mudar isso", afirmou.

Ele garantiu ainda que a Vale tem capacidade financeira e vontade de atuar nesse sentido.

"Os números da Vale são muito grandes, ela consegue perfeitamente. Precisa se dar ao trabalho. O problema é que isso não é tão bacana quanto comprar uma empresa... não dá primeira página de jornal nenhum. Mas é isso que dará uma mudança sustentável na companhia", disse.

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