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Vale quer reajuste de minério até fim de abril

São Paulo - O presidente da Vale, Roger Agnelli, afirmou hoje que espera que o reajuste do preço do minério de ferro seja fechado até o fim de abril. Questionado se a Vale estaria tentando implantar um modelo baseado no sistema de indexação da consultoria Platts, o executivo respondeu: "Não queremos indexar nada. O indexador […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

São Paulo - O presidente da Vale, Roger Agnelli, afirmou hoje que espera que o reajuste do preço do minério de ferro seja fechado até o fim de abril. Questionado se a Vale estaria tentando implantar um modelo baseado no sistema de indexação da consultoria Platts, o executivo respondeu: "Não queremos indexar nada. O indexador é o mercado".

Conforme Agnelli, a Vale está propondo um modelo baseado em médias trimestrais de preços. "A cadeia é longa, com seis meses entre o planejamento e a entrega dos produtos", disse. Segundo ele, os reajustes trimestrais seriam convenientes tanto para fornecedores quanto para clientes.

O executivo afirmou que, em 2009, a Vale "segurou reajustes" nos contratos de longo prazo ("benchmark"). "Mas o mercado mudou, e agora está faltando minério", disse. Agnelli reiterou que a produção de minério não está acompanhando a demanda pela commodity. Segundo ele, as negociações "já andaram muito". "Não vou de forma nenhuma dar indicação se sim ou se não (se o reajuste será fechado esta semana), porque senão a Comunidade Europeia dirá que eu estou dando indicação de direção", disse.

A Federação Europeia das Siderúrgicas (Eurofer) vai enviar à Comunidade Europeia carta solicitando investigação sobre supostas distorções de preços do minério. Agnelli afirmou que a Eurofer "esqueceu que o período de colonização, em que os países subdesenvolvidos produziam para sustentar o bem-estar deles (da Europa), acabou". "O grande mercado está na China, que consome hoje 60% do mercado transoceânico. É para lá que temos que olhar", disse.

Questionado sobre a possível resistência da China à mudança do modelo de reajuste, o executivo ressaltou que, no ano passado, boa parte dos chineses não respeitou o contrato. "Benchmark só para eles, cara-pálida, não vale a pena", brincou o presidente da Vale.

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