Vale elimina 1ª de suas 9 barragens que usam métodos como os de Brumadinho
Plano para a eliminação dessas estruturas foi colocado em prática após barragem da companhia em Brumadinho (MG), que utilizava os mesmos métodos, romper
Reuters
Publicado em 27 de novembro de 2019 às 14h03.
Última atualização em 27 de novembro de 2019 às 14h19.
Rio de Janeiro — A mineradora Vale informou nesta quarta-feira ter concluído as obras para a eliminação da primeira de suas nove barragens com método construtivo a montante que serão descaracterizadas, conforme anunciado em janeiro, após o rompimento fatal de uma de suas estruturas em Brumadinho (MG).
A companhia está investindo 8,6 bilhões de reais nas obras de descaracterização, o que inclui aportes na construção de barreiras de contenção a jusante para reforçar a segurança.
Enquanto realiza os trabalhos de descaracterização, a maior produtora global de minério de ferro mantém paralisada capacidade de cerca de 55 milhões de toneladas, adiando a meta de aproximadamente 400 milhões de toneladas/ano, antes esperada para 2019.
A empresa espera retomar em 2020 cerca de 30 milhões de toneladas de operações suspensas por Brumadinho e mais 25 milhões em 2021, segundo informou a Vale no seu último relatório de produção.
A primeira barragem descaracterizada foi a chamada 8B, na Mina de Águas Claras, em Nova Lima, cujas obras foram iniciadas em 17 de maio, disse a Vale nesta quarta-feira.
O objetivo, segundo a companhia, é que nos próximos três anos todas as barragens estejam descaracterizadas ou com o fator de segurança adequado, sem oferecer risco às comunidades e municípios localizados abaixo das estruturas e ao meio ambiente, pontuou a mineradora.
O plano para a eliminação dessas estruturas foi colocado em prática após uma barragem da companhia em Brumadinho, com o mesmo método construtivo, ter entrado em colapso em 25 de janeiro, liberando uma onda de rejeitos de minério de ferro que atingiu instalações da companhia, rios, mata e comunidades.
O desastre deixou mais de 255 pessoas mortas, grande parte de funcionários da própria empresa.
"A área onde ficava a barragem também está sendo revegetada, o que permitirá uma reintegração mais rápida ao meio ambiente", afirmou a Vale, em um comunicado à imprensa.
"Foi aplicada uma manta vegetal em uma área de 12.700 m2 e plantadas mil mudas de espécies nativas da Mata do Jambreiro, reserva de proteção permanente preservada pela Vale onde estava localizada a 8B."
A empresa pontuou que as demais barragens a montante também já estão passando por obras preliminares com o objetivo de rebaixar o nível de água das estruturas, antes do início da descaracterização propriamente.