Vale diz que considera excessiva cobrança de Cfem
A empresa informou que o próprio Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), em uma das suas notificações, reconheceu um excesso na base de cálculo
Da Redação
Publicado em 10 de março de 2011 às 19h28.
Rio de Janeiro - A Vale considera excessivo o valor cobrado pelo governo em relação à Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), mas informou vai acatar a decisão judicial definitiva sobre uma divergência que se arrasta há anos sobre o pagamento.
A empresa informou que o próprio Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), em uma das suas notificações, reconheceu um excesso na base de cálculo.
"Em uma das notificações, o próprio DNPM reconheceu um excesso de 273 milhões de reais na base de cálculo. A Vale ainda aguarda retificação deste valor, e análise pela autarquia dos demais valores cobrados", explicou a mineradora em um comunicado nesta quinta-feira.
A briga da Vale com o governo sobre o pagamento dos royalties da mineração se arrasta há alguns anos, com o governo de um lado cobrando o equivalente a 4 bilhões de reais e a empresa de outro, argumentando que não reconhece o valor.
Segundo fontes do governo, a decisão de resolver a pendência da Vale faz parte de um processo de "varredura" que estaria sendo feito antes de entregar a presidente Dilma Rousseff a proposta de um novo marco regulatório para o setor na semana que vem.
A divergência sobre o pagamento fez o DNPM do Pará suspender as operações da empresa no Estado no fim de fevereiro, o que foi revogado pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e não chegou a afetar a produção da companhia, segundo a empresa.
A Vale reiterou que recolhe mensalmente os valores "incontroversos", ou seja, no montante que considera justo, e alertou para a necessidade de mais transparência sobre a utilização dos recursos da Cfem.
"A aplicação destes recursos deve ser amplamente fiscalizada, permitindo uma visão mais transparente de sua utilização pelos destinatários dos royalties", disparou a companhia.