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Vale cresce e impulsiona setor de transportes e logística

Maior grupo da América Latina, a Companhia Vale do Rio Doce responde por 60% dos investimentos brasileiros em ferrovias nos últimos anos. Receita com a prestação de serviços com a própria estrutura multimodal já chega a 10% do faturamento

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Márcio Juliboni

Publicado em 10 de outubro de 2010 às, 03h40.

Maior grupo privado da América Latina e quarta maior mineradora do mundo, a Companhia Vale do Rio Doce é um exemplo dos efeitos colaterais positivos de uma privatização bem-sucedida. Embora o foco de seus negócios seja a exploração mineral, sete anos depois de ser vendida à iniciativa privada, os investimentos da empresa também impulsionam outros setores, como o de transportes. Maior operadora logística do país, a Vale respondeu, no ano passado, por 16% da movimentação brasileira de carga por ferrovias. Por seus portos e estradas de ferro, foram escoados produtos agrícolas, químicos, além dos siderúrgicos e minérios.

Nos últimos quatro anos, por exemplo, a empresa investiu 3,1 bilhões de reais em logística, envolvendo projetos de expansão e melhoria de ferrovias, terminais marítimos e armazenagem, entre outros. Somente o montante investido na malha ferroviária correspondeu a 60% dos 2,8 bilhões de reais aplicados por todo país no setor, nesse período (veja tabela abaixo com alguns números da área de logística da Vale).

Em 1997, quando foi privatizada, o valor de mercado da Vale era 10 bilhões de dólares. Em fevereiro deste ano, a empresa já havia alcançado o recorde de 40 bilhões de dólares. A valorização reflete o seu bom desempenho. No ano passado, a companhia bateu diversos recordes. As vendas de minério de ferro e pelotas (produto de maior valor agregado) somaram 231,504 milhões de toneladas. Em 2000, o volume foi de 142,6 milhões. Fortemente voltada para o mercado externo, a Vale também exportou 5,5 bilhões de dólares no ano passado, contra 3 bilhões em 2000.

Nos trilhos

Para comportar a expansão da companhia, os investimentos em logística tornaram-se uma das prioridades da Vale. Somente entre 2002 e 2004, a empresa comprou 6 556 vagões. Para este ano, está previsto o desembolso de 1,81 bilhão de reais na compra de novos 5 606 vagões e 123 locomotivas. No total, o setor de logística da mineradora contará com um orçamento de 2,45 bilhões de reais.

Praticamente parados na última década devido à falta de investimentos públicos, os fabricantes de materiais ferroviários voltaram a crescer com as compras da Vale hoje a sua maior cliente no Brasil. A expansão da empresa já estimulou a abertura de uma fundição em Osasco, na grande São Paulo, e de quatro fábricas de materiais ferroviários no país. Estima-se que 3 000 empregos diretos foram gerados por fornecedores da Vale, entre 2001 e 2004, somente devido aos seus projetos.

Neste sentido, pode-se comparar o caso da Vale ao de outras ex-estatais cuja privatização fomentou não apenas os setores em que atuam diretamente, mas também áreas paralelas. A Embraer, por exemplo, estimulou o desenvolvimento de um pólo de alta tecnologia na região de São José dos Campos. Já as operadoras de telecomunicação atraíram para o país fornecedores de equipamentos de última geração.

Receitas

Além de investir em logística, a Vale também está fazendo dinheiro com sua infra-estrutura. Detentora de 9 306 quilômetros de ferrovias e oito terminais portuários, entre outros, a companhia também presta serviços para outras empresas. No ano passado, os serviços de logística a terceiros responderam por cerca de 10% da receita bruta da empresa, que alcançou 29 bilhões de reais.

A Vale atende cerca de 1 300 clientes na área de cabotagem, 400 em ferrovias e 70 em seus portos. Ao longo dos anos, a companhia está diversificando o perfil da clientela. Em 2001, as siderúrgicas eram as principais clientes da estrutura logística, com 57% da demanda, deixando a agricultura em um distante segundo lugar, com 19%. No ano passado, a situação mudou um pouco. As siderúrgicas continuaram na frente, mas agora com 41%, enquanto a agricultura apareceu com 31% e os produtos químicos, com 10%.

A força da Vale no setor logístico do Brasil
A empresa possui 9 306 quilômetros de malha ferroviária
8 terminais portuários
Em 2004, respondeu por 15,6% da movimentação de carga brasileira
Também no ano passado, movimentou 36% da carga geral de cabotagem
57,9% da movimentação portuária brasileira de granéis sólidos
Fonte: Companhia Vale do Rio Doce

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