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Vale contrata Andrade Gutierrez, australianas para Serra Sul

Obras do maior projeto da história da Vale, no Pará, começam nesta quarta-feira


	Obra da Andrade Gutierrez: construtora venceu licitação para as obras civis da planta de processamento de minério de ferro do projeto S11D, o primeiro e mais promissor da Serra Sul
 (Divulgação HSM)

Obra da Andrade Gutierrez: construtora venceu licitação para as obras civis da planta de processamento de minério de ferro do projeto S11D, o primeiro e mais promissor da Serra Sul (Divulgação HSM)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2013 às 10h33.

Carajás - As obras civis da usina de beneficiamento do maior projeto da história da Vale, no Pará, começam nesta quarta-feira sob responsabilidade do grupo Andrade Gutierrez e contribuição de diversas outras empresas, incluindo australianas, informou o executivo responsável pelo empreendimento.

A construtora venceu licitação para as obras civis da planta de processamento de minério de ferro do projeto S11D, o primeiro e mais promissor da Serra Sul, em Carajás, em plena selva amazônica.

O negócio entre Vale e Andrade Gutierrez integra um conjunto de contratações incluídas no investimento de 8 bilhões de dólares para erguer mina e planta de processamento, somados aos 11,6 bilhões de dólares necessários para a construção de ferrovia e porto, num investimento total de históricos 19,6 bilhões de dólares. O valor do contrato entre Vale e Andrade Gutierrez não foi informado.

Com 3 mil trabalhadores, o projeto S11D está previsto para iniciar produção em 2016, atingindo capacidade máxima em 2018, de 90 milhões de toneladas, equivalente ao que a Vale já extrai na região, nas minas ao norte da Serra dos Carajás.

A produção total de minério de ferro da Vale no Pará, quando S11D estiver em plena capacidade será de 230 milhões de toneladas, incluindo os 40 milhões de toneladas do projeto Carajás Adicional, que deve ser implantado até o final do ano.

A produção atual do complexo de Carajás é de 109 milhões de toneladas anuais, cerca de um terço de todo o minério que a Vale produz.

Tecnologia e meio ambiente

Além da Andrade Gutierrez, outras empresas já avançam no canteiro de obras, com inovações que garantiram à Vale a obtenção das licenças ambientais necessárias ao megaempreendimento.

"Para não fazermos a usina dentro da floresta, que é o que impacta a vegetação, o minério vai descer por correias transportadoras num percurso de 9 quilômetros, até a usina, montada em uma área que até então abrigava pasto e já estava desmatada", afirmou o diretor de Projetos Ferrosos Norte, Jamil Sebe, a um grupo de jornalistas, durante um voo sobre a área onde será aberta a mina.


Do alto é possível ver que não há vegetação sobre as reservas de minério de ferro, estimadas em cerca de 4 bilhões de toneladas. A mata não cresce sobre o ferro pois não tem como fixar raízes, explica o técnico.

Uma série de tecnologias foram previstas para que o minério possa ser transportado até a usina por correias e por cima da floresta, em estruturas suspensas.

O custo da Vale para reduzir o impacto ambiental com novos sistemas é estimado em 2 bilhões de dólares, incluídos no investimento do projeto, disse o executivo.

Sem as adaptações, a Vale não teria conseguido aval do Ibama para extrair minério de ferro de Serra Sul, uma cordilheira de 120 quilômetros de extensão que faz parte da Serra de Carajás, incluída em uma área de preservação.

A tecnologia "truckless", ou seja, sem os caminhões que normalmente são usados para transportar o minério neste percurso, está sendo implantada com participação da australiana WorleyParsons.

Segundo Sebe, outra novidade fundamental para convencer o órgão ambiental da viabilidade do projeto foi a técnica que permite o peneiramento do minério a seco, sem necessidade de usar água nem construir uma barragem de rejeitos, estrutura que costuma ser dor de cabeça para qualquer projeto de mineração.

Participam do desenvolvimento desta técnica as empresas Metso, Chenk e Haver & Boecker.

Já a australiana Sinclair Knight Merz (SKM) foi contratada para a construção dos módulos da planta, uma outra inovação já adotada por petroleiras em plataformas marítimas. Com exceção das fundações, a estrutura da usina é modulada, e 68 dos 109 módulos já foram construídos.

Metade das placas de aço usadas na construção da usina vem de siderúrgicas chinesas e os demais 50 por cento no Brasil.

Apesar do elevado nível de importação de aço, o executivo afirma que o conteúdo nacional do projeto é elevado, com reserva de pelo menos 5 por cento para empresas instaladas no Pará, como forma de compensar o Estado pela exploração de minério de ferro.

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