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Usiminas pode ter pelotizadora em área que recupera no RJ

Região adquirida pela mineradora tem 850 mil metros quadrados e pode abrigar também um porto para embarcações carregadas de ferro

Na mesma região estão sendo feitos um porto pela Petrobras para escoar o petróleo do pré-sal, além de so Superporto da empresa de Eike Batista, a LLX (Divulgação)

Na mesma região estão sendo feitos um porto pela Petrobras para escoar o petróleo do pré-sal, além de so Superporto da empresa de Eike Batista, a LLX (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2011 às 14h44.

Rio de Janeiro - A Usiminas vai investir 92 milhões de reais para solucionar um dos maiores passivos ambientais do Brasil, um terreno de 850 mil metros quadrados no município de Itaguaí (RJ) que no futuro poderá abrigar um porto para exportar o minério de ferro e talvez uma pelotizadora da companhia.

A Usiminas comprou o terreno que pertencia à Ingá Mercantil em leilão, por 72 milhões de reais, em uma região que está se configurando em um novo possível complexo industrial do Rio de Janeiro.

Nos próximos 18 meses a companhia vai promover o encapsulamento geotécnico do passivo ambiental deixado pela Ingá: 2 milhões de toneladas de rejeitos onde estão contaminantes do solo como cádmio, zinco, arsênio, bário, entre outros. Por 20 anos será bombeada água na área para diluir as substâncias tóxicas.

"Era uma verdadeira tabela periódica de contaminantes", disse o secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, presente no anúncio do projeto da Usiminas para o local.

Na mesma região estão sendo feitos um porto pela Petrobras para escoar o petróleo do pré-sal, em parceria com a Companhia Siderúrgica Nacional e Gerdau; o Superporto do Sudeste, da LLX; o porto da Marinha para construção de submarinos; entre outros projetos que somam cerca de 10 bilhões de dólares, de acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento do Estado, Júlio Bueno.

Segundo o presidente da Usiminas, Wilson Brumer, o minério será produzido em mina da empresa em Minas Gerais e será voltado para a exportação. Por ter um baixo teor de ferro, no entanto, Brumer acha natural que se avalie a construção de uma pelotizadora no local.

"A qualidade do minério de Minas (Gerais) é mais pobre do que Carajás, com teor em torno dos 40 por cento...é natural que seja pelotizado, é uma discussão que começa agora, não queremos aquelas montanhas de minério para serem exportadas", explicou o executivo que já presidiu a mineradora Vale.

A Usiminas criou a Mineração Usiminas no ano passado, na área de Serra Azul em Minas Gerais, onde está também a MMX, do empresário Eike Batista. A empresa tem reservas de 2,6 bilhões de toneladas de minério de ferro e prevê produzir 29 milhões de toneladas a partir de 2015. As siderúrgicas da Usiminas devem utilizar cerca de 8 milhões de toneladas e exportar o restante, informou Brumer.

Ele afirmou ainda a Usiminas aguarda também a definição sobre uma outra área anexa à adquirida em leilão, a chamada "área do meio", de 250 mil metros quadrados, que pertence à Companhia Docas e que poderia ser comprada pela Usiminas.

AVANÇO DA CSN Brumer comentou que apesar do recente aumento de participação da CSN no capital da Usiminas , não há perspectiva da concorrente entrar no conselho de administração da siderúrgica mineira no curto prazo. CSN e Usiminas produzem aços planos.

"Se ela (CSN) vai ter ou não condições de colocar um membro no conselho de administração da companhia é a assembléia de acionistas que vai decidir, e só temos reunião de mandato de conselho no ano que vem", afirmou.

Ele lembrou que recentemente foi renovado o acordo de acionistas da empresa por mais 20 anos --até 2031-- "numa demonstração clara de que são investidores de longo prazo, que querem esperar esse melhor momento da Usiminas". Atualmente, o grupo de controle da siderúrgica é formado pelos grupos Votorantim, Camargo Corrêa, Nippon Steel e Caixa dos Empregados da Usiminas.

Brumer não quis comentar se a Usiminas conseguiu aumentar o preço do aço no segundo trimestre como pretendia, "estamos negociando caso a caso", mas afirmou que a tendência é seguir o preço internacional com acréscimo de um "prêmio" devido ao custo Brasil.

"É uma tendência natural que a siderurgia brasileira pratique preços em nível internacional, mas certamente em função da logística inadequada do Brasil (...) é possível pensar em um prêmio em relação ao mercado internacional", disse o executivo.

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