Usiminas esboça reação, mas fecha trimestre com prejuízo
A companhia, que divulgou nesta sexta-feira o quinto prejuízo líquido trimestral consecutivo, afirmou que espera elevar as vendas a uma taxa acima de 5 % em 2013
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2013 às 17h58.
São Paulo - A Usiminas vê um cenário positivo para preços de aço no mercado brasileiro nos próximos trimestres, depois de ter anunciado dois reajustes para distribuidores no primeiro trimestre e ter iniciado negociações com a indústria que devem continuar até maio.
A companhia, que divulgou nesta sexta-feira o quinto prejuízo líquido trimestral consecutivo, afirmou ainda que espera elevar suas vendas a uma taxa acima de 5 % em 2013, numa velocidade acima dos 3 % de expansão do consumo aparente previsto pelo setor.
"Não estamos vendo riscos maiores sobre comportamento de preços para o Brasil. Para o segundo semestre estamos vislumbrando um viés de aumento de preços, dependendo do mercado", disse o diretor comercial da Usiminas, Sergio Leite em teleconferência com analistas.
Ele ressaltou que a empresa não está negociando preços com montadoras de veículos, responsáveis por grande parte das vendas da empresa, diante de contratos de longo prazo com as companhias.
Segundo ele, os aumentos de preços do primeiro trimestre na distribuição e as negociações de reajuste junto à indústria devem se refletir totalmente nos resultados da Usiminas a partir do segundo trimestre.
"A perspectiva para segundo trimestre é de impacto total dos aumentos nos resultados", disse Leite, após um primeiro trimestre em que o preço médio ficou praticamente em linha com os praticados no quarto trimestre de 2012. Segundo o executivo, a diferença de preços entre aço produzido no Brasil e material importado, conhecida como "prêmio" pelo setor, está entre 5 e 10 %.
Ações recuam
Apesar do cenário otimista, após crescimento anual de 65 % no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) do primeiro trimestre, as ações da Usiminas exibiam queda de mais de 4 % no início da tarde.
"A empresa parece estar fazendo sua lição de casa e os resultados divulgados do primeiro trimestre já refletem isso. Mas, acreditamos que uma maior expansão de margens daqui para a frente será mais relacionada às condições de mercado que à redução de custos, embora a empresa afirme que irá continuar focando na eficiência e melhorias de rentabilidade", disseram analistas do Espirito Santo Investment Bank em relatório.
A Usiminas divulgou prejuízo de 123 milhões de reais para o primeiro trimestre, pior do que a expectativa média de perda de 47 milhões de reais, segundo estimativas de cinco analistas recolhidas pela Reuters. O resultado, porém, foi melhor que o prejuízo de 283 milhões sofrido no quarto trimestre de 2012.
Segundo o presidente-executivo da Usiminas, Julián Eguren, a companhia vai aprofundar em 2013 medidas para melhorias operacionais que incluem concentração de atividades em equipamentos mais eficientes. Com isso, a empresa mantém perspectiva de parar este ano uma terceira máquina de lingotamento contínuo, ficando com cinco em operação no país.
"Aprofundaremos estudos de engenharia industrial para identificar e realizar ganhos (...) Esperamos dotar a Usiminas de condições crescentes de produtividade ao longo de 2013", disse o executivo. Ele afirmou que a empresa encerrou o primeiro trimestre operando a um ritmo entre 80 e 85 % de sua capacidade de cerca de 9 milhões de toneladas.
Desinvestimentos
Os executivos não informaram estimativas de desempenho para 2013, mas o vice-presidente financeiro, Ronald Seckelmann, afirmou que espera melhoras graduais em despesas e no Ebitda ao longo do ano, apoiado também em um foco maior da empresa no mercado interno, mais lucrativo que exportações.
A Usiminas também mantém plano para se livrar de ativos não estratégicos para seus negócios. No primeiro trimestre, a empresa vendeu ativos minerários de calcário em Minas Gerais por 30 milhões de reais.
A divisão Automotiva Usiminas, que produz cabines de caminhões e tem entre os clientes a Ford, continua entre os ativos "que não são essenciais a companhia", disse Seckelmann.
Executivos da companhia comentaram em fevereiro que a Automotiva poderia ser alvo de venda ainda no primeiro semestre deste ano.
Mineração
Em mineração, a Usiminas está "discutindo amigavelmente" com a MMX sobre os atrasos na conclusão do Porto do Sudeste da mineradora, essencial para o escoamento da produção excedente de minério de ferro da siderúrgica.
"Compreendemos as dificuldades e estamos conversando com a MMX em diversas frentes e estudando em conjunto o que pode ser feito para mitigar o impacto que o atraso do porto tem causado em nossa capacidade de exportação", disse o diretor de mineração da Usiminas, Wilfred Bruijn.
Em março, o presidente da MMX, Carlos Gonzalez, afirmou que a prioridade da companhia é entregar o Porto do Sudeste até o final deste ano. "Pelo contrato, já teríamos que ter garantido o porto", disse Bruijn. Uma eventual fusão da área de mineração da Usiminas com a MMX foi descartada por Eguren, durante a teleconferência.
A expectativa da Usiminas é concluir o projeto de expansão de sua capacidade de produção para 12 milhões de toneladas no início de 2014. Atualmente 88 % das obras estão prontas, disse Bruijn.
São Paulo - A Usiminas vê um cenário positivo para preços de aço no mercado brasileiro nos próximos trimestres, depois de ter anunciado dois reajustes para distribuidores no primeiro trimestre e ter iniciado negociações com a indústria que devem continuar até maio.
A companhia, que divulgou nesta sexta-feira o quinto prejuízo líquido trimestral consecutivo, afirmou ainda que espera elevar suas vendas a uma taxa acima de 5 % em 2013, numa velocidade acima dos 3 % de expansão do consumo aparente previsto pelo setor.
"Não estamos vendo riscos maiores sobre comportamento de preços para o Brasil. Para o segundo semestre estamos vislumbrando um viés de aumento de preços, dependendo do mercado", disse o diretor comercial da Usiminas, Sergio Leite em teleconferência com analistas.
Ele ressaltou que a empresa não está negociando preços com montadoras de veículos, responsáveis por grande parte das vendas da empresa, diante de contratos de longo prazo com as companhias.
Segundo ele, os aumentos de preços do primeiro trimestre na distribuição e as negociações de reajuste junto à indústria devem se refletir totalmente nos resultados da Usiminas a partir do segundo trimestre.
"A perspectiva para segundo trimestre é de impacto total dos aumentos nos resultados", disse Leite, após um primeiro trimestre em que o preço médio ficou praticamente em linha com os praticados no quarto trimestre de 2012. Segundo o executivo, a diferença de preços entre aço produzido no Brasil e material importado, conhecida como "prêmio" pelo setor, está entre 5 e 10 %.
Ações recuam
Apesar do cenário otimista, após crescimento anual de 65 % no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) do primeiro trimestre, as ações da Usiminas exibiam queda de mais de 4 % no início da tarde.
"A empresa parece estar fazendo sua lição de casa e os resultados divulgados do primeiro trimestre já refletem isso. Mas, acreditamos que uma maior expansão de margens daqui para a frente será mais relacionada às condições de mercado que à redução de custos, embora a empresa afirme que irá continuar focando na eficiência e melhorias de rentabilidade", disseram analistas do Espirito Santo Investment Bank em relatório.
A Usiminas divulgou prejuízo de 123 milhões de reais para o primeiro trimestre, pior do que a expectativa média de perda de 47 milhões de reais, segundo estimativas de cinco analistas recolhidas pela Reuters. O resultado, porém, foi melhor que o prejuízo de 283 milhões sofrido no quarto trimestre de 2012.
Segundo o presidente-executivo da Usiminas, Julián Eguren, a companhia vai aprofundar em 2013 medidas para melhorias operacionais que incluem concentração de atividades em equipamentos mais eficientes. Com isso, a empresa mantém perspectiva de parar este ano uma terceira máquina de lingotamento contínuo, ficando com cinco em operação no país.
"Aprofundaremos estudos de engenharia industrial para identificar e realizar ganhos (...) Esperamos dotar a Usiminas de condições crescentes de produtividade ao longo de 2013", disse o executivo. Ele afirmou que a empresa encerrou o primeiro trimestre operando a um ritmo entre 80 e 85 % de sua capacidade de cerca de 9 milhões de toneladas.
Desinvestimentos
Os executivos não informaram estimativas de desempenho para 2013, mas o vice-presidente financeiro, Ronald Seckelmann, afirmou que espera melhoras graduais em despesas e no Ebitda ao longo do ano, apoiado também em um foco maior da empresa no mercado interno, mais lucrativo que exportações.
A Usiminas também mantém plano para se livrar de ativos não estratégicos para seus negócios. No primeiro trimestre, a empresa vendeu ativos minerários de calcário em Minas Gerais por 30 milhões de reais.
A divisão Automotiva Usiminas, que produz cabines de caminhões e tem entre os clientes a Ford, continua entre os ativos "que não são essenciais a companhia", disse Seckelmann.
Executivos da companhia comentaram em fevereiro que a Automotiva poderia ser alvo de venda ainda no primeiro semestre deste ano.
Mineração
Em mineração, a Usiminas está "discutindo amigavelmente" com a MMX sobre os atrasos na conclusão do Porto do Sudeste da mineradora, essencial para o escoamento da produção excedente de minério de ferro da siderúrgica.
"Compreendemos as dificuldades e estamos conversando com a MMX em diversas frentes e estudando em conjunto o que pode ser feito para mitigar o impacto que o atraso do porto tem causado em nossa capacidade de exportação", disse o diretor de mineração da Usiminas, Wilfred Bruijn.
Em março, o presidente da MMX, Carlos Gonzalez, afirmou que a prioridade da companhia é entregar o Porto do Sudeste até o final deste ano. "Pelo contrato, já teríamos que ter garantido o porto", disse Bruijn. Uma eventual fusão da área de mineração da Usiminas com a MMX foi descartada por Eguren, durante a teleconferência.
A expectativa da Usiminas é concluir o projeto de expansão de sua capacidade de produção para 12 milhões de toneladas no início de 2014. Atualmente 88 % das obras estão prontas, disse Bruijn.