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Usiminas deve concluir nos próximos meses renegociação com Musa

A Usiminas trava negociações com a Musa para reduzir suas compras de minério de ferro depois que decidiu paralisar áreas primárias da usina de Cubatão

Usiminas: o ex-presidente da siderúrgica assinou entendimento com a sócia da Usiminas na Musa, Sumitomo Corp, para a redução na compra do minério (Nelio Rodrigues/Site Exame)
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Reuters

Publicado em 20 de abril de 2017 às 16h55.

São Paulo - A Usiminas deve concluir nos próximos meses negociação sobre redução nos volumes de minério de ferro que adquire da subsidiária Mineração Usiminas (Musa) e espera poder religar altos-fornos parados da usina em Cubatão (SP) nos próximos três a cinco anos, afirmou o presidente-executivo do grupo siderúrgico, Sergio Leite, nesta quinta-feira.

A Usiminas trava desde pelo menos o ano passado negociações com a Musa para reduzir suas compras de minério de ferro depois que decidiu paralisar áreas primárias da usina de Cubatão por conta da forte queda no consumo brasileiro de aço.

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O ex-presidente da siderúrgica Rômel Erwin de Souza assinou no ano passado memorando de entendimento com a sócia da Usiminas na Musa, Sumitomo Corp, que previa uma redução nas compras de minério de ferro pela siderúrgica de 4 milhões para 2,5 milhões de toneladas anuais. A Usiminas deixou de cumprir o contrato quando parou de produzir aço em Cubatão.

Questionado quando a renegociação do fornecimento de minério com a Musa, o mais importante contrato de fornecedor da Usiminas, será concluída, Leite disse que a expectativa é a empresa concluir a negociação "nos próximos meses".

Apesar de prever um crescimento de 3 a 5 por cento na demanda por aço no Brasil este ano e uma expansão mais vigorosa em 2018, Leite disse acreditar que um eventual religamento dos dois alto-fornos parados da Usiminas em Cubatão deverá ocorrer no longo prazo, daqui três a cinco anos.

Enquanto isso, o laminador da usina da Usiminas em Cubatão tem contado com fornecimento de placas compradas da CSA, no Rio de Janeiro.

Leite afirmou que a CSA, que teve a compra de seu controle anunciada pelo grupo Ternium-Techint em fevereiro, é o principal fornecedor de placas para Cubatão por vantagens logísticas.

"É o menor custo de transferência de produto", disse o executivo, sem mencionar valores.

O laminador de Cubatão tem operado a um ritmo de 100 mil a 120 mil toneladas por mês, disse Leite, o que tem permitido à Usiminas operar a usina em equilíbrio financeiro.

O executivo avalia que será possível elevar essa produção nos próximos trimestres, dependendo do ritmo da economia, para a capacidade nominal do equipamento, de 190 mil toneladas mensais, também com a compra de placas da CSA.

"Ter uma fonte de abastecimento de um de nossos principais acionistas é sempre muito positivo", disse Leite, em referência à Ternium-Techint, que também é uma das controladoras da própria Usiminas.

O executivo comentou que a área de recursos humanos da Usiminas está avaliando as oportunidades que a aprovação da lei da terceirização pelo governo federal no final de março poderão trazer para a companhia em termos de melhoria de eficiência.

A área de recursos humanos é uma de cinco frentes que a Usiminas trabalha para melhorar sua estrutura de custos e garantir sustentabilidade para os resultados da companhia, que no primeiro trimestre superaram com folga as expectativas do mercado, embora analistas tenham considerado que a empresa tenha atingido um pico no período.

Leite voltou a assumir o comando da Usiminas no final de março, substituindo Souza após votação do conselho de administração da companhia.

A decisão do colegiado foi rejeitada pela sócia Nippon Steel, que defende o retorno de Souza à presidência da empresa.

Segundo Leite, o desempenho do primeiro trimestre, que interrompeu uma série de 10 prejuízos trimestrais seguidos, é resultado de "um trabalho de equipe da Usiminas nos últimos doze meses. Hoje temos a convicção que estamos na rota certa".

Às 15:05, as ações PNA da Usiminas subiam 2,3 por cento, a 4,05 reais, enquanto o Ibovespa avançava 0,5 por cento.

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