Unilever terá novos produtos para a classe C
Com mercado aquecido, companhia pretende investir na nova classe média, sem abrir mão das outras faixas de renda
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
São Paulo - Entre as 25 marcas da anglo-holandesa Unilever, há as tradicionais OMO, de sabão em pó, e Knorr, de temperos prontos. O que elas têm em comum? Além de venderem muito, elas atingem consumidores de todas as faixas de renda. Segundo Luis Carlos Dutra, vice-presidente da Unilever, a empresa continuará a olhar para todas as faixas de renda - algo que sempre marcou a estratégia da companhia. Mas a ascensão de 36 milhões de brasileiros à classe média até 2014 não vai ser ignorada. "Estamos com novos produtos que serão lançados em breve", adiantou ele a EXAME.com, sem entrar em detalhes.
Ele disse também que haverá uma série de reposicionamentos de produtos da empresa, como novas embalagens e tamanhos para se adequar a cada tipo de mercado, como aconteceu no ano passado com a marca de xampus Seda. Em debate no EXAME Fórum, o presidente da empresa, Kees Kruythoff, deu mais pistas: "O mercado de beleza é sempre aberto a novos produtos".
Recentemente, a Unilever investiu no segmento de sabonetes líquidos, que teve o maior volume de vendas no norte e nordeste. "É um produto tradicionalmente mais ligado às classes de renda mais elevada, mas agora o novo consumidor também quer esse tipo de produto mais sofisticado", diz Dutra.
Lugar de destaque
O tamanho do mercado nacional fez da unidade brasileira a segunda mais rentável entre a operação global da Unilever, com 11 bilhões de dólares em receita, atrás apenas do mercado americano. Mais especificamente, norte e nordeste são mercados que se tornam cada vez mais importantes para a Unilever, devido ao crescimento 2% maior do que a média nacional.
Apesar de contar com marcas conhecidas entre os consumidores, é preciso ser lembrado para aumentar as vendas. Por isso, os investimentos em marketing se tornam cada vez mais importantes. Neste ano, 8% da receita será destinada a marketing em mídias digitais, e esse valor deve passar a 10% nos próximos dois anos.