Maquininha de pagamento da Adyen para a Amaro: crescimento das vendas na pandemia (Adyen/Divulgação)
Natália Flach
Publicado em 27 de agosto de 2020 às 18h31.
Última atualização em 3 de setembro de 2020 às 00h25.
A crise tem sido implacável com os pequenos negócios, mas também abriu oportunidades para grandes varejistas, como Magazine Luiza e Via Varejo, e empresas de delivery como iFood, que viram seu faturamento crescer mesmo em meio à pandemia. A reboque desse avanço está a Adyen, empresa de tecnologia responsável pelo processamento de pagamentos, que teve um acréscimo de 15% em sua receita líquida no primeiro semestre, para 25,9 milhões de euros, na operação da América Latina (que engloba o Brasil e o México). O segredo do resultado foi o foco em clientes de grande porte, que acabaram sendo menos impactados durante o ápice do isolamento social.
“As verticais de companhias aéreas e de varejo físico sofreram bastante, mas houve avanços no varejo online [como a Dafiti], serviços digitais e delivery de comida [iFood]”, afirma Jean Mies, presidente da Adyen para a América Latina, em entrevista exclusiva à EXAME.
Além dessas empresas, a companhia também atende a Uber, a 99 e a Arezzo no Brasil. “A pandemia também acelerou a transformação digital nas empresas e os investimentos no mundo online.”
Hoje, a região responde por 9% do faturamento do grupo como um todo, mas há planos de crescimento. Um dos vetores deve ser, daqui a três a cinco anos, aumentar o portfólio de clientes, entrando em companhias de médio porte.
“Vamos descer em direção à base da pirâmide, que é a extensão natural dos nossos esforços. Mas não vai ser algo imediatista. A companhia tem uma visão de longo prazo”, diz.
Outra fonte de crescimento é o possível — e esperado — aumento da penetração de meios eletrônicos de pagamento no Brasil. “Vemos demanda para pagamento mobile e temos tecnologias que oferecem mais segurança no processo”, acrescenta.
Mies espera que haja mais consolidação no mercado de meios de pagamento — como a joint venture que está sendo negociada entre Stone e Linx — e a entrada de participantes internacionais no Brasil.
“O mercado brasileiro está crescendo ainda e há muita demanda represada.” O executivo diz que aquisições não estão no radar. “Nosso diferencial é o fato de termos uma plataforma única que faz processamento no mundo inteiro. Não faria sentido querer incorporar outra plataforma.”