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Um década depois da estreia, primeiros jumbos A380 serão desmontados

Competição com aviões mais eficientes e fáceis de abastecer é desafio para a aeronave de 544 lugares e dois andares manter apelo no mercado

A380: Airbus diz que continua confiante no mercado secundário do avião e no potencial de ampliar a base de operação (Adrian Dennis/AFP)

A380: Airbus diz que continua confiante no mercado secundário do avião e no potencial de ampliar a base de operação (Adrian Dennis/AFP)

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Reuters

Publicado em 5 de junho de 2018 às 16h32.

Sydney - Uma empresa alemã de investimentos informou nesta terça-feira que vai desmontar dois jatos de passageiros superjumbo Airbus A380 depois de não conseguir encontrar uma companhia aérea disposta a mantê-los voando, após a Singapore Airlines decidir não manter as aeronaves em serviço.

A decisão do Dr Peters Group, com sede em Dortmund, representa um novo golpe nos esforços da fabricante de aviões para manter o interesse do mercado no modelo de dois andares, apenas 10 anos depois de entrar em serviço, quando foi saudado por chefes de Estado como um símbolo da ambição europeia.

"Psicologicamente não é bom para a Airbus, mas esta é uma aeronave muito grande com um mercado de segunda mão muito pequeno", disse o analista aeroespacial britânico Howard Wheeldon.

Apesar das avaliações positivas por sua cabine silenciosa e espaçosa, a demanda pela aeronave de 544 lugares caiu, já que muitas companhias aéreas abandonaram a maior aeronave de quatro motores da indústria em favor de modelos bimotores menores, mais eficientes e fáceis de abastecer.

A Airbus diz que o jato icônico vai eventualmente se consolidar à medida que a demanda por viagens satura a capacidade de aeroportos nas principais cidades.

"Não podemos comentar sobre a decisão do Dr Peters, que é o dono da aeronave", disse um porta-voz da Airbus.

"Continuamos confiantes no mercado secundário do A380 e no potencial de ampliar a base de operação".

A Singapore Airlines lançou os serviços do A380 em dezembro de 2007 com grande alvoroço, mas devolveu os dois primeiros aviões a seus financiadores alemães quando os contratos de leasing expiraram 10 anos depois.

As duas aeronaves descartadas foram repintadas e levadas para Tarbes, nos Pireneus franceses, para serem armazenadas, e desde então seus destinos eram incertos, com o dono procurando outros compradores.

"Depois de negociações extensas e intensas com várias companhias aéreas, como British Airways, HiFly e IranAir, o Dr Peters Group decidiu vender os componentes da aeronave e recomendará essa abordagem a seus investidores", afirmou a empresa em comunicado enviado à Reuters.

A Airbus está trabalhando há meses para tentar estimular um mercado de segunda mão para o A380 para encorajar novas companhias aéreas a assumir o risco de investir no avião, sabendo que o ativo teria um valor adequado quando decidirem vendê-lo.

Quando foi lançado, o A380 ostentava interiores altamente personalizados para ajudar as companhias aéreas a promover uma sensação de luxo, mas o custo de substituir tais acessórios sob medida agora é visto como uma desvantagem.

"O problema é o custo da reconfiguração. São 40 milhões de dólares ou mais por avião", disse uma importante fonte da indústria.

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