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UBS compra Pactual por até US$ 2,5 bilhões

Aquisição dará origem ao UBS Pactual, braço do banco suíço na América Latina

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

O banco suíço UBS anunciou nesta terça-feira (9/5) que vai adquirir o banco brasileiro de investimentos Pactual por até 2,5 bilhões de dólares em valores correntes. O negócio deve ser concretizado após a aprovação do Banco Central, no terceiro trimestre deste ano.

O pagamento será desdobrado em três vertentes, com um desembolso inicial de 1 bilhão de dólares pela instituição e duas parcelas complementares: uma em dinheiro, cujo valor dependerá do cumprimento de certas condições de performance e pode chegar a até 1,6 bilhão de dólares, e um fundo de reserva de 500 milhões de dólares em ações do UBS a serem distribuídos entre funcionários das duas instituições. Tanto a quantia extra quanto o fundo de reserva serão efetivados somente após cinco anos de concluído o acordo. As três frentes do pagamento somadas atingem 3,1 bilhões de dólares, que,  nas contas das duas instituições, representam 2,5 bilhões de dólares em valores de hoje.

Até a operação, todo o capital do Pactual estava divido entre 33 executivos do banco, sendo 100% das ações ordinárias - que dão direito a voto - concentradas nas mãos de André Esteves e Glberto Sayão. Agora ambos se tornarão funcionários do novo braço da UBS na América Latina, o UBS Pactual. Esteves será o presidente e chefe da divisão de banco de investimento da instituição. Sayão cuidará de uma nova área chamada de "investimentos alternativos" - é nos produtos dessa divisão que os atuais sócios do Pactual devem investir o primeiro bilhão de dólares que receberão pela operação com o UBS. Segundo Esteves, essa é uma característica do banco brasileiro - apostar na própria empresa. "Queremos manter a filosofia do Pactual de que todos os sócios têm 100% do dinheiro envolvido no negócio", afirmou. O executivo não soube dizer, no entanto, se as próximas parcelas referentes à venda também serão revertidas à empresa ou embolsadas pela sociedade.

 O que se sabe é que os próximos meses serão decisivos para os ex-donos e funcionários do Pactual. Após a aprovação do acordo pelo Banco Central, o banco brasileiro e o UBS começarão um processo de integração que deve durar seis meses, comandado por um comitê que trabalhará na compatibilização de produtos e serviços. Se dentro de cinco anos o UBS Pactual atender a metas associadas a crescimento de receitas e lucratividade - não detalhadas pelas instituições - estará garantida a integralidade do pagamento adicional de 1,5 bilhão de dólares pelo UBS referente à aquisição. Já para os funcionários, começa uma corrida para ver quem levará um pedaço do bolo de ações guardado no fundo de reserva constituído pelo banco suíço. De acordo com Esteves, será instituído um critério de "meritocracia" que decidirá, nos primeiros doze meses de vida do UBS Pactual, quem serão os agraciados.

Confiança no Brasil

De acordo com Huw Jenkins, CEO do UBS Investment Bank, a similaridade entre as operações dos bancos suíço e brasileiro possibilitou a aquisição. Ambos concentram o trabalho em três áreas: banco de investimentos, administração de riquezas e asset management. Além disso, Jenkins diz que a situação do mercado financeiro brasileiro também pesou na decisão: "Esse é um investimento significativo que o UBS está fazendo na indústria brasileira, o que reflete a enorme confiança que o UBS tem na economia brasileira e na América Latina".

Hoje o Pactual administra 18,6 bilhões de dólares em asset management e 4,6 bilhões de dólares em administração de riquezas, de acordo com Esteves. Para o UBS, a força de um banco com operações como as do Pactual no Brasil dará maior potencial de crescimento na América Latina. "Juntos podemos construir uma plataforma mais ampla para atender todos os nossos clientes no que diz respeito a produtos brasileiros e latino-americanos como um todo", disse Jenkins. Para o Pactual, o negócio representa uma chance de ampliar e diversificar o portfólio de produtos e serviços. "A operação abre um universo de oportunidades extremamente atraente. Com a nossa expertise local e a possibilidade de oferecer novos produtos, mais amplos e competitivos, com escala global, a expectativa da operação é formidável", afirmou Esteves.

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