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Uber pretende investir pesado no sudeste asiático, diz presidente

Presidente disse que Uber vai continuar investindo no sudeste asiático, apesar da expectativa de perder dinheiro no mercado devido às batalhas com rivais

Uber: a Índia é um dos mercados internacionais de mais rápido crescimento da empresa e representa mais de 10 por cento das viagens da Uber em todo o mundo, mas ainda não está gerando lucro (Victor J. Blue/Getty Images)

Uber: a Índia é um dos mercados internacionais de mais rápido crescimento da empresa e representa mais de 10 por cento das viagens da Uber em todo o mundo, mas ainda não está gerando lucro (Victor J. Blue/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 17h04.

Nova Déhli - O presidente-executivo da Uber Technologies comprometeu-se a continuar investindo agressivamente no sudeste asiático, apesar da expectativa da empresa norte-americana de perder dinheiro no mercado em rápido crescimento devido às dispendiosas batalhas com rivais como a Grab.

A compra pelo SoftBank de uma fatia de 15 por cento na Uber no mês passado abriu a possibilidade de combinar a empresa com outros ativos de transporte compartilhado que o grupo japonês possui em toda a Ásia. O SoftBank tem participações na Grab, com sede em Cingapura, e na indiana Ola.

No momento do investimento, o SoftBank disse desejar que a Uber se concentre em crescer nos Estados Unidos, Europa, América Latina e Austrália - e não na Ásia, que está em uma das regiões mais caras e competitivas para companhia, disse uma fonte à Reuters.

A Uber está se preparando para vender seus negócios de transporte compartilhado no sudeste asiático para a Grab, em troca de uma participação substancial na empresa, informou a CNBC no início deste mês, citando fontes familiarizadas com o assunto.

Mas o presidente da Uber, Dara Khosrowshahi, pareceu descartar essa estratégia na quinta-feira em sua primeira visita oficial à Ásia desde que assumiu o comando da empresa no ano passado.

"Esperamos perder dinheiro no sudeste asiático e investir de forma agressiva em termos de marketing, subsídios, etc", disse o executivo a repórteres em Nova Délhi, acrescentando que existe um enorme potencial na região, graças à grande população e ao rápido crescimento de usuários de internet.

"Do ponto de vista competitivo, pensamos que podemos melhorar", disse ele.

Khosrowshahi disse que dentro de uma década espera que 80 por cento do crescimento da empresa seja orgânico e por meio de algumas aquisições.

Investimento na Índia

Khosrowshahi disse que o SoftBank é um investidor, mas a Uber, avaliada em cerca de 68 bilhões de dólares, tomará todas as decisões finais junto com o conselho de administração sobre fusões e parcerias. Ele disse que não espera nenhuma mudança nas operações da Uber na Índia após o acordo com o SoftBank.

A Índia é um dos mercados internacionais de mais rápido crescimento do Uber e representa mais de 10 por cento das viagens da Uber em todo o mundo, mas ainda não está gerando lucro, disse Khosrowshahi.

A Uber e a líder do mercado indiano Ola estão travando uma disputa feroz, canalizando milhões de dólares de investidores para abocanhar um pedaço maior do mercado de táxi no país avaliado em 12 bilhões de dólares.

"O maior valor que podemos criar aqui é continuar a investir e expandir nossos negócios, não apenas para a Índia, mas o papel que desempenhará na formação do nosso produto para o resto do mundo", afirmou.

Khosrowshahi se recusou a comentar investimentos específicos para a Índia, mas disse que o valor é elevado e continuará a aumentar.

"Nós, como empresa, precisamos ter um perfil equilibrado em termos de crescimento e investimento. Existem mercados desenvolvidos nos quais continuaremos a investir, que serão mais rentáveis ... e devemos estar investindo ativamente em mercados como Índia e América Latina que têm um enorme crescimento à nossa frente."

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