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Uber é acusada de usar “agentes secretos” para espionar rivais

Uma carta explosiva escrita por um ex-funcionário detalha supostas práticas antiéticas e ilegais. Teor veio à tona na ação movida pela Waymo contra a Uber

UBER: gigante de tecnologia está trabalhando "há vários meses" em seu novo projeto (David Paul Morris/Bloomberg)

UBER: gigante de tecnologia está trabalhando "há vários meses" em seu novo projeto (David Paul Morris/Bloomberg)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 16 de dezembro de 2017 às 11h57.

Última atualização em 16 de dezembro de 2017 às 12h05.

São Paulo – A empresa de transporte compartilhado Uber está sendo acusada de ter usado métodos antiéticos para obter informações sobre seus concorrentes. A denúncia é parte de uma carta escrita por um ex-funcionário e cujo teor foi revelado em uma corte dos Estados Unidos na última sexta-feira.

A carta foi escrita em maio, mas veio à público apenas agora após ter sido considerada como relevante pelo juiz federal do caso que a Waymo, unidade de direção autônoma da Alphabet, move contra a Uber desde fevereiro e que tem como foco táticas competitivas consideradas antiéticas e suposto roubo de segredos comerciais.

De acordo com o relato, a Uber teria usado uma rede de “agentes secretos” que teriam, entre outras coisas, grampeado executivos de concorrentes, além de invadido sistemas e roubado dados e tecnologias de suas rivais. A carta diz, ainda, que esses “agentes” teriam se passado por motoristas e passageiros para espionar as operações.

O autor da carta, Richard Jacobs, deixou a empresa em fevereiro e fechou um acordo com a empresa avaliado em 7,5 milhões de dólares. Meses depois, enviou as denúncias para um advogado da Uber. Em um trecho, ele se refere ao suposto roubo de informações da Waymo, mas depois voltou atrás nesta acusação.

Segundo a Reuters, esse episódio é mais uma derrota para a empresa fundada por Travis Kalanick no âmbito dessa ação, uma vez que essa carta seria de conhecimento de executivos e membros do conselho. No entanto, só chegou às mãos da Corte no mês passado, reforçando acusações das autoridades de que a Uber estaria omitindo provas importantes para o caso.

O que diz a empresa?

Em comunicado enviado ao site EXAME e distribuído para a imprensa internacional, a Uber diz que “embora ainda não tenhamos avaliado as acusações contidas na carta, inclusive as relacionadas à Waymo, nossa nova liderança já deixou claro que vamos competir honestamente e de maneira justa, apostando na força das nossas ideias e tecnologias“.

O teor do comunicado não vem como surpresa, ainda mais quando se lembra que o atual CEO da empresa, Dara Khosrowshahi, escolhido para substituir Kalanick em agosto, sempre se manifestou de forma crítica aos rumos da empresa durante a gestão de seu fundador. Kalanick foi afastado pelo conselho da Uber em junho de 2017 após escândalos que incluíram acusações de assédio moral, sexual e condutas antiéticas.

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