Turma da Mônica: o digital é importante, mas sem se esquecer das origens
Os quadrinhos existem há 60 anos e continuam nas prateleiras do brasileiros; nas redes sociais, a Turma coleciona seguidores
Tamires Vitorio
Publicado em 7 de dezembro de 2019 às 18h07.
Última atualização em 7 de dezembro de 2019 às 19h05.
São Paulo - Quatro gerações. Esse é o tempo que os personagens da Turma da Mônica estão na vida das pessoas. Mauricio de Sousa disse isso nesta sexta-feira (6) durante conversa em um painel sobre as novidades de sua empresa na Comic Con Experience no Brasil (CCXP).
Com ele, no palco, estava sua filha, inspiração para criação da personagem central de seu mais famoso quadrinho, Mônica Sousa. Estavam também o neto, Marcos Saraiva, e, na plateia, o bisneto de dois anos.
Neste sábado (7), o criador de todo esse universo de personagens dava autógrafos para pessoas das mais diferentes idades. E a fila estava cheia.
O que nos levanta a pergunta: como é que as histórias de Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão continuaram encantando leitores mesmo após 60 anos, apesar das mudanças que o mundo passou, como o crescimento do digital e o desaparecimento das bancas de jornal?
Para Mônica (a de verdade), a resposta é simples.
“O que meu pai sempre quis nos quadrinhos é dar um lazer para a criança. Quando ela entra no imaginário do Limoeiro, ela esquece dos problemas”, explica. “E todo mundo precisa disso.”
O digital, segundo ela, não atrapalhou o negócio físico. A tiragem mensal dos gibis é de 2,5 milhões de exemplares e tem 10 milhões de leitores. No online, os números impressionam.
A presença da marca é forte nas redes sociais. São 575 mil seguidores no Instagram, quase 174 mil no Twitter e 783 mil no Facebook. A série “Mônica Toy”, feita no YouTube, tem cerca de 5 bilhões de visualizações mundiais.
Uma brincadeira feita recentemente no Twitter, por exemplo, rendeu 48,3 mil likes.
Mônica afirma que a estratégia digital do MSP começou já há algum tempo e que Mauricio de Sousa está sempre de olho nas novidades. “É importante nos atualizarmos. Temos uma equipe de jovens que nos ajuda, meu pai, por exemplo, tem um filho de cada faixa etária e cada rede social tem uma linguagem”, conta.
No painel da sexta, o MSP anunciou novidades focadas no digital, como um pacote de figurinhas para o WhatsApp e um aplicativo que permitirá que as pessoas criem seus próprios quadrinhos direto do celular. Os melhores serão escolhidos e poderão ser publicados.
Segundo Mônica, a ideia para a live-action “Turma da Mônica Laços”, inclusive, veio do pai. No ano que vem, será lançada a continuação do filme, chamada de “Turma da Mônica Lições”. Daqui a dois anos, será lançada uma versão de “Turma da Mônica Jovem”, nos mesmos moldes.
Sobre parcerias com plataformas de streaming e canais, como a “Astronauta Propulsão”, em parceria com a HBO, Mônica antecipa que tem mais coisa vindo aí. “É só o começo”, diz.
Ela também deixou escapar uma curiosidade. Que ela foi a inspiração para a personagem principal das histórias. Disso todo mundo já sabia. Mas e a Magali? Sabem em quem a personagem comilona foi inspirada? “Ela é minha irmã e minha melhor amiga. E ela realmente come daquele jeito”, brinca.