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Troca de ações pode ser obrigatória com grande adesão, diz Vale

Vale disse que não pode garantir se os acionistas preferencialistas vão aderir à troca dos papéis, mas que, se adesão for grande, ela pode virar obrigatória

Murilo Ferreira: se adesão for muito grande, troca voluntária de ações pode virar mandatória (Dado Galdieri/Bloomberg)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de fevereiro de 2017 às 14h25.

Rio - Inicialmente voluntária, a adesão de acionistas preferencialistas da Vale poderá se tornar mandatória caso o total de preferenciais remanescentes após a janela inicial de conversão seja muito pequeno, afirmou o presidente da mineradora, Murilo Ferreira, em teleconferência com analistas.

"Essa adesão é voluntária, queremos que tenha o maior sucesso possível, mas realmente a decisão cabe aos acionistas. Se no final a gente observar que as preferenciais remanescentes são muito poucos podemos avaliar transformar a situação de voluntária para mandatória. É uma possibilidade caso haja uma adesão muito grande", disse.

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Questionado sobre a adesão de acionistas preferencialistas e, nominalmente, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à conversão de ações, Ferreira afirmou que a diretoria não tem conhecimentos de passos seguintes da operação. Tampouco se a intenção dos atuais controladores será vender as ações da companhia liberadas pelo novo acordo no futuro.

O presidente da Vale também garantiu que a operação não terá nenhum impacto fiscal para a Vale.Além disso,disse que os benefícios fiscais da Valepar serão transferidos para todos os acionistas, em referência ao ágio de R$ 3 bilhões relativo à privatização da companhia.

A mineradora ainda não tem um estudo que defina como será feito o aproveitamento desse ágio. O diretor de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani, disse ainda que a Valepar tem um caixa de R$ 518 milhões e arcará com todos os seus passivos.

De acordo com a diretoria da Vale, o direito de retirada de acionistas não ocorre na conversão voluntária de ações, mas apenas se houver um resíduo de acionistas e caso seja determinada essa adesão mandatória posteriormente.

Luciano Siani destacou que o prêmio de 10% definido na operação aos acionistas da Valepar foi uma decisão dos próprios controladores. Segundo o diretor, o porcentual parece alinhado com o de operações semelhantes realizadas no passado, como as da Klabin e da Embraer.

Poder

As mudanças na governança corporativa da Vale permitirão que o conselho de administração da mineradora se torne mais independente. Entre outras coisas, a Valepar não terá mais reuniões prévias obrigatórias para votar as matérias antes de sua chegada ao conselho, à exceção de itens em que seja exigido quórum qualificado.

Com isso, o conselho de administração passa a ser a instância mais importante em termos de deliberações na companhia. "O conselho da Vale vai ganhar um poder que não tem hoje", destacou Siani, na teleconferência sobre o acordo de acionistas da empresa.

Além disso, depois de expirado o acordo de voto da Vale, o conselho não mais seráeleito majoritariamente por um só grupo de acionistas. O conselho da Vale terá 12 membros, boa parte deles independente.

Na teleconferência, Siani explicou que a Litel, que reúne as participações dos fundos de pensão na Valepar hoje, não será dissolvida. Segundo ele, os acionistas terão outros mecanismos para obter liquidez com suas participações individuais.

Os fundos que estão na Litel, como Previ e Funcef, vão decidir entre si sobre a possibilidade de venda de ações e distribuição de dividendos aos acionistas.

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