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Ticket lança "VR da saúde" e vai concorrer com plano médico

Novo produto funciona como o vale-refeição: a empresa coloca crédito no cartão pré-pago e o funcionário usa em consultas e exames médicos.

Aplicativo do Ticket Saúde, novo serviço da Ticket (Foto/Divulgação)

Aplicativo do Ticket Saúde, novo serviço da Ticket (Foto/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 17 de agosto de 2018 às 07h40.

Última atualização em 17 de agosto de 2018 às 07h40.

São Paulo – Um cartão pré-pago para os funcionários irem ao médico. Essa é aposta da Ticket – que fornece cartões de vale-refeição e transporte – para aumentar sua participação no segmento de benefícios empresariais e mexer com o mercado de planos de saúde.

Funciona como o VR: a empresa coloca um crédito no cartão pré-pago e o funcionário usa o benefício em consultas e exames médicos feitos na rede credenciada. O principal alvo do produto são empresas que não oferecem nenhum benefício de saúde para o funcionário.

Mas empresas que já oferecem plano de saúde podem usar o ticket para complementar o benefício, especialmente nos casos em que o plano de saúde cobre apenas internações, por exemplo. O vale-saúde da Ticket abarca apenas consultas e exames médicos.

“A proposta é dar acesso a saúde para quem não tem nenhum benefício e também ajudar as empresas a reduzir custos”, afirma Maiara Dias, coordenadora de produtos da Ticket.

Para as empresas, a grande vantagem do modelo é a previsibilidade do custo. “A empresa define quanto vai colocar no cartão e o usuário faz a gestão desse valor. É diferente do plano de saúde que tem consultas ilimitadas”, explica Dias.

O custo do plano de saúde é um problema crescente para as empresas. Segundo uma pesquisa da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), em 81% das empresas os custos com os planos de saúde subiram acima da inflação em 2017, sendo que em 55% delas, o aumento foi de mais que o dobro da inflação.

O mesmo estudo afirma que “os custos dos planos de saúde corporativos crescem com o elevado número de consultas, cirurgias, próteses, exames e medicamentos, muitos dos quais são repetitivos e desnecessários”.

O serviço da Ticket ajuda a fugir desses aumentos. “Nosso serviço é um cartão pré-pago. Não tem inflação médica. A empresa decide quanto coloca no cartão e nós cobramos apenas uma mensalidade por usuário cadastrado”, explica Dias.

A Ticket firmou parcerias com 5 mil pontos de atendimento, entre clínicas e laboratórios. Com isso, as consultas e exames feitos via Ticket têm um desconto de 80% em relação ao preço do serviço no particular. As consultas saem por um preço médio entre 60 e 80 reais.

A sugestão da companhia é de que as empresas coloquem um crédito mínimo de 150 reais mensais (mas o valor fica a critério de cada companhia). Caso o crédito do cartão acabe, o funcionário pode colocar mais dinheiro do próprio bolso. A vantagem para ele será poder usar o desconto de 80% na rede credenciada.

A ambição não é pequena. “A expectativa é iniciar um novo momento no setor de saúde. É uma grande aposta e esperamos muita repercussão”, afirma Dias.  O risco é a empresa perder o foco do que faz bem – benefícios de alimentação – para concorrer num mercado que ela não conhece.

O vale está em fase piloto e por enquanto é oferecido apenas em São Paulo, mas a intenção é chegar em breve a Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Brasília.

A Ticket tem 130 mil empresas clientes no Brasil e 7 milhões de usuários. A empresa é o braço brasileiro do grupo francês Edenred, que está presente em 45 países e teve faturamento de 1,3 bilhão de euros em 2017.

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